Humor em Debate: O Impacto do Sketch Final de 'Ruído'
O sketch que encerrou 'Ruído' levanta questões sobre os limites do humor, especialmente à luz do caso Anjos vs Joana Marques. Uma análise do tema em forma de comédia.

As noites de quarta-feira eram, até recentemente, dominadas pela série 'Ruído', criada e protagonizada por Bruno Nogueira, e que teve a sua estreia em maio. O elenco principal conta com Albano Jerónimo, Gabriela Barros e Rita Cabaço, além de participações especiais de personalidades como Gonçalo Waddington e José Raposo.
A escrita do projeto é da autoria de Bruno Nogueira, Carlos Vilhena, Frederico Pombares e Luís Araújo.
A sinopse da série, disponível na RTP, descreve um mundo distópico onde riso e alegria estão proibidos, e um grupo de comediantes luta para restaurar a liberdade de rir, mesmo que em segredo. Ao longo de oito episódios, 'Ruído' explora a censura ao humor e o silêncio que muitas vezes impera na sociedade atual.
O último episódio, transmitido a 25 de junho, trouxe o sketch 'Limites do Humor', que encerra a série de uma forma especialmente relevante. Este segmento reuniu alguns dos mais conhecidos humoristas de Portugal, como Salvador Martinha e Gilmário Vemba, entre outros, numa representação ficcionada que aborda os supostos limites do humor com um toque de sátira.
Os comediantes, ao se tornarem alvos das suas próprias piadas, proporcionam uma reflexão crítica sobre o tema. O sketch é especialmente pertinente num momento em que as discussões sobre a liberdade de expressão e os limites do humor estão em alta, particularmente em torno do caso Anjos vs Joana Marques.
Neste caso judicial, os irmãos Sérgio e Nelson Rosado, da dupla Anjos, processaram a humorista Joana Marques por um vídeo que satirizava uma das suas atuações, alegando que a comediante causou cancelamentos de concertos e parcerias comerciais, além de receberem mensagens de ódio. A dupla está a exigir, ainda, uma indemnização de aproximadamente um milhão de euros.