Homem assume culpa pela morte de quatro estudantes no Idaho
Bryan Kohberger declarou-se culpado pelo assassinato de quatro jovens universitários, evitando assim a pena de morte, numa decisão que gerou divisões entre as famílias das vítimas.

Bryan Kohberger, de 30 anos, foi identificado como o responsável pelo assassinato de quatro estudantes da Universidade de Idaho, um crime que ocorreu em 13 de novembro de 2022. Na quarta-feira, o arguido assumiu a culpa por cinco acusações, incluindo quatro crimes de homicídio em primeiro grau e um crime de roubo, ao abrigo de um acordo que o exime da pena de morte.
Durante a audiência, o juiz Steven Hippler mencionou os nomes das vítimas, Kaylee Goncalves e Madison Mogen, ambas de 21 anos, e Xana Kernodle e Ethan Chapin, ambos com 20 anos. Kohberger reconheceu a sua culpabilidade em relação aos homicídios de forma afirmativa.
O acordo, negociado com os procuradores, estabelece que Kohberger será sentenciado a quatro penas consecutivas de prisão perpétua, além de 10 anos pela acusação de roubo. O ex-aluno de justiça criminal afirmou estar em pleno juízo das suas faculdades e que a decisão de se declarar culpado não foi influenciada por promessas em troca da sua confissão.
Provas apresentadas pela acusação incluíam ADN de Kohberger encontrado numa bainha de faca próxima do corpo de uma das vítimas. O procurador Bill Thompson também descreveu a sequência dos eventos na noite do crime, em que Kohberger terá deixado o seu apartamento em Pullman, Washington, antes de se dirigir à casa das vítimas.
Na madrugada do crime, Kohberger teria entrado pela porta de correr da cozinha e, após os homicídios, encontrado Xana Kernodle e Ethan Chapin, que também foram mortos. Duas estudantes conseguiram sobreviver, uma das quais relatou ter visto um homem vestido de preto a sair da casa.
As reações ao acordo foram mistas entre as famílias das vítimas. O pai de Kaylee Goncalves criticou duramente o entendimento, considerando que se tratou de um "acordo com o diabo". Em contraste, os familiares de Ethan Chapin apoiaram a resolução e a família de Madison Mogen classificou-a como "o melhor resultado possível". Outro destaque da audiência foi a presença dos pais de Kohberger, que pediram respeito e privacidade enquanto o processo legal decorre.