Guiné-Bissau decide não participar na Assembleia Parlamentar da CPLP em Maputo

O parlamento da Guiné-Bissau confirmou hoje o cancelamento da sua participação na 14.ª Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), programada para os dias 14 e 15 de julho em Maputo. O anúncio foi feito pelo deputado Feliz Sílvia, que lidera o grupo nacional da Assembleia da República junto da CPLP.

“Tínhamos a confirmação da Guiné-Bissau, mas à última hora, cancelaram a sua presença que seria representada pelo chefe do grupo nacional,” revelou Sílvia em conferência de imprensa.

Este cancelamento ocorre num contexto de crise política, uma vez que o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento em dezembro de 2023, antes de completar um ano após as eleições legislativas ganhas pela coligação da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, também foi destituído do cargo na Assembleia e da comissão permanente, criando um ambiente de incerteza em relação à participação da Guiné-Bissau em eventos internacionais.

No entanto, o parlamento moçambicano já se manifestou, salientando que não irá interferir na situação da Guiné-Bissau, mas expressou a esperança de que o parlamento daquele país retome as suas funções o mais rapidamente possível.

Até agora, mais de 100 delegados confirmaram a sua presença na 14.ª AP-CPLP, onde os representantes discutirão a promoção da paz, da democracia e da boa governação nos países da CPLP.

Moçambique, que assumirá a presidência rotativa da AP-CPLP nesta assembleia, comprometeu-se a focar-se na defesa da paz e na inclusão, além de dar continuidade à promoção da língua portuguesa e da cultura entre os países membros.