UE intensifica sanções contra iranianos por abusos de direitos humanos
O Conselho da União Europeia decidiu sancionar oito indivíduos e uma entidade ligados a graves violações dos direitos humanos no Irão, reforçando a sua posição contra a repressão do regime.
Hoje, o Conselho da União Europeia anunciou a aplicação de sanções a mais oito indivíduos e uma entidade relacionada com violações dos direitos humanos e abusos perpetrados por organismos estatais no Irão. As sanções visam práticas como execuções, assassinatos extrajudiciais e o desaparecimento forçado de opositores.
A decisão surgiu em resposta às ações agressivas dos organismos do governo iraniano contra aqueles que se opõem ou criticam o regime dos 'ayatollahs'. O comunicado da UE expressou a sua preocupação com a repressão transnacional realizada por agentes do estado iraniano, ajudados por redes criminosa, que perseguem dissidentes e defensores dos direitos humanos, até mesmo noutros países, incluindo na União Europeia.
Na lista de sancionados destaca-se a Rede Zindashti, um grupo criminoso com conexões ao Ministério dos Serviços de Informações e de Segurança do Irão, que tem estado envolvido em múltiplos atos repressivos condenáveis, incluindo homicídios de dissidentes. Naji Ibrahim Sharifi-Zindashti, o chefe da rede e um conhecido narcotraficante, bem como vários dos seus associados, como Abdulvahap Kocak e Ali Esfanjani, estão entre os visados. Estes indivíduos são creditados com o assassinato do dissidente Mas'ud Molavi Vardanjani e do proprietário da televisão Gem, Saeed Karimian.
Além disso, as sanções incluem Mohammed Ansari, líder da Unidade 840 da Força Quds, que emitiu ordens de execução contra jornalistas críticos, e Reza Hamidiravari, um oficial do Ministério da Segurança Nacional.
Com estas medidas, os indivíduos sancionados ficarão com os seus bens congelados e estarão impedidos de receber quaisquer fundos ou realizar transações económicas, assim como de viajar para os países da UE.
A União Europeia reafirma o seu compromisso em apoiar as aspirações do povo iraniano por um futuro onde os direitos humanos e as liberdades fundamentais sejam respeitados. As sanções estão no âmbito do Regime Global de Sanções em matéria de Direitos Humanos da UE, que possibilita a responsabilização de indivíduos e entidades envolvidas em violações graves dos direitos humanos em nível global, estabelecido em dezembro de 2020.