França implementa políticas de austeridade para conter a dívida pública em 2026
O Governo francês decidiu congelar as despesas de 2026 ao nível de 2025, excluindo Defesa e encargos com a dívida, como parte de um plano de ajuste orçamental.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, anunciou hoje um congelamento das despesas para 2026, mantendo os valores de 2025, com exceção dos setores da Defesa e dos encargos com a dívida. Esta medida é parte de um programa de ajustamento orçamental de quatro anos que terá início no próximo ano, com um objetivo inicial de reduzir as despesas e aumentar as receitas em 43.800 milhões de euros anualmente.
Durante uma intervenção no Parlamento, Bayrou destacou a urgência em lidar com a escalada da dívida pública, prevendo que caso o atual ritmo se mantenha, o pagamento do serviço da dívida poderá alcançar a marca de 100.000 milhões de euros até 2029, tornando-se a maior rubrica do orçamento nacional.
O congelamento das pensões, a diminuição do emprego público e cortes nas áreas sociais e de saúde, assim como a introdução de uma "contribuição de solidariedade" destinada aos mais afortunados, foram algumas das medidas propostas pelo primeiro-ministro. Ele defendeu que o esforço deveria ser equitativo entre os cidadãos, propondo que aqueles com mais recursos contribuam em maior medida.
“Criaremos uma contribuição que pedirá menos a quem tem pouco e mais a quem tem muito”, declarou Bayrou, prometendo entregar mais detalhes sobre esta nova tributação ao Parlamento.
O primeiro-ministro também mencionou medidas adicionais para impedir a otimização abusiva de patrimónios não produtivos. Como exemplo, sugeriu a eliminação de dois feriados oficiais, propondo que os franceses trabalhem na segunda-feira de Páscoa e no dia 8 de maio, data que marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Segundo ele, estas mudanças poderão trazer vários milhares de milhões de euros ao Orçamento do Estado.