Economia

Greve em fábrica de brinquedos na Guarda por salários em atraso

há 3 horas

Trabalhadoras da MB2 Manufacture fazem greve para exigir o pagamento de salários em atraso e melhores condições de trabalho, após dois meses sem receber.

Greve em fábrica de brinquedos na Guarda por salários em atraso

A MB2 Manufacture, situada na Guarda e pertencente ao grupo Maia & Borges, que é líder em Portugal na produção de figuras e brinquedos de PVC pintados, enfrenta uma greve de 24 horas, convocada por motivo de salários em atraso. Este protesto, que decorre na sexta-feira, envolve 130 mulheres que, segundo Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE), estão a viver um "ato de desespero".

"Estas mulheres estão no limite por não receberem há dois meses", afirmou Ferreira à agência Lusa, sublinhando que muitas são mães solteiras que sobrevivem com salários mínimos. "É bastante difícil aguentar dois meses sem receber", acrescentou.

Atualmente, apenas 60 funcionárias estavam a trabalhar na quinta-feira passada, devido à pressão emocional provocada pelos salários em atraso, que afeta gravemente a vida pessoal e familiar das empregadas, levando algumas a estar de baixa médica.

Ferreira explicou que a empresa nunca havia enfrentado atrasos salariais desde que começou a operar na Guarda, há cinco anos, embora recorresse a pagamentos tardios anteriormente. As trabalhadoras costumavam receber entre os dias 11 e 12 de cada mês, com o último pagamento referente a fevereiro efetuado apenas a 28 de março.

O empresário culpou os clientes pela falta de pagamentos à empresa, mas Ferreira levantou questões sobre a transparência dessa justificativa, dado que as funcionárias continuam a ter trabalho.

Após uma reunião sem avanços com a responsável de recursos humanos, a greve de 24 horas foi decidida, com o objetivo de exigir o pagamento dos vencimentos de março e abril e assegurar que futuros salários sejam pagos até ao dia 1 de cada mês. O dirigente sindical espera que cerca de 90% das trabalhadoras adiram à paralisação.

A administração da empresa não foi contactada pela Lusa.

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#Greve #SaláriosEmAtraso #CondiçõesDeTrabalho