Bolsas de Nova Iorque em alta com progresso nas negociações entre EUA e Reino Unido

A bolsa norte-americana registou um fecho positivo, à medida que os investidores reagiram favoravelmente ao anúncio de um entendimento comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido. Este acordo, embora considerado por alguns como uma declaração de intenções, elevou as expectativas de um possível desanuviamento na guerra comercial desencadeada pelo ex-presidente Donald Trump.

O índice Dow Jones Industrial Average cresceu 0,62%, enquanto o Nasdaq, dominado por ações tecnológicas, teve um aumento de 1,07%, e o S&P 500 valorizou-se em 0,58% durante a sessão.

Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management, comentou que "um acordo comercial, mesmo que preliminar, era precisamente o que os investidores aguardavam". O compromisso foi revelado como "histórico" por Trump, mesmo que os detalhes do acordo sejam considerados limitados.

Segundo Trump, a iniciativa, discutida nas últimas semanas, inclui um aumento das exportações britânicas de vários produtos provenientes dos EUA, como carne bovina e etanol, prevendo-se um incremento em "vários milhares de milhões de dólares".

Do lado britânico, o primeiro-ministro Keir Starmer destacou a importância do acordo para setores como a indústria automóvel e a siderurgia. Uma das novidades é a redução da taxa de 25% imposta pelos EUA sobre veículos importados da Grã-Bretanha, que passará a 10%.

Um porta-voz do governo britânico esclareceu que não se trata de um tratado de livre comércio, mas sim de um "documento de condições gerais" que visa estabelecer um quadro para discussões futuras.

Sam Stovall, da CFRA, aventou a ideia de que este acordo pode ser apenas o primeiro de muitos futuros, enquanto Chris Zaccarelli acrescentou que uma série de acordos pode ajudar a restaurar a confiança no mercado, que tem enfrentado dificuldades este ano.

Trump afirmou que tanto a China como a União Europeia estão a procurar chegar a um acordo semelhante, e o foco do mercado volta-se agora para Genebra, onde os EUA e a China se preparam para discutir os seus conflitos comerciais.

A Reserva Federal (Fed) também deu motivos para o otimismo dos investidores ao decidir manter a sua taxa de juro de referência, conforme o presidente do banco central, Jerome Powell, realçou a importância de se basear em dados económicos positivos, o que acalmou os ânimos do mercado.

No panorama económico, as inscrições para o subsídio de desemprego caíram, surpreendendo as previsões dos economistas.

No dia em que se anunciou o entendimento comercial, a Boeing destacou-se ao fechar com uma valorização de 3,4%, em resposta à notícia de que uma companhia aérea britânica planeja uma encomenda de 10 mil milhões de dólares à construtora aeronáutica.