Grande mufti sírio emite alerta sobre o aumento das tensões religiosas

O grande mufti da Síria, Osama al-Rifai, fez um apelo esta quarta-feira à cautela entre os sírios, advertindo que a discórdia pode levar a consequências desconhecidas. Através das suas redes sociais, ressaltou que "sabemos o início da discórdia, mas ninguém conhece o seu fim".

Al-Rifai sublinhou que "se a discórdia se propagar, todos sairão a perder". O alerta surge num contexto em que a violência sectária reemergiu no país, após o recente confronto entre as forças de segurança e membros da minoria drusa, que ocorreu em Sahnaya, uma localidade próxima a Damasco.

A crise acentuou-se após um episódio violento envolvendo combatentes drusos e as novas autoridades, consequente da deposição do presidente Bashar al-Assad e dos massacres que visaram a minoria alauita, da qual ele fazia parte.

Osama al-Rifai, que foi nomeado grande mufti em março pelo atual Presidente interino, Ahmed al-Charaa, destacou a importância da união e da paz entre as diversas comunidades religiosas e a necessidade de evitar conflitos que apenas trarão mais lutas e perdas.

Segundo o Ministério do Interior sírio, os confrontos resultaram na morte de 16 membros das forças de segurança, levantando a preocupação sobre a escalada da violência sectária que pode ameaçar a estabilidade do país.

Os drusos, uma comunidade religiosa árabe que se originou do islamismo, mas não se considera muçulmana, estão presentes em várias regiões, incluindo Israel, Líbano, Síria e Jordânia, com a maior parte da população residente na Síria, onde se estima que existam entre um a dois milhões de drusos.