Governo avança com projeto de proteção do litoral na Figueira da Foz
A ministra do Ambiente anunciou a continuidade da obra para combater a erosão costeira na Figueira da Foz, com um investimento de 21 milhões de euros, destacando sua importância para o futuro da costa.

A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, reafirmou hoje a prioridade do Governo em proteger o litoral português e enfrentar a erosão costeira, durante a assinatura de um contrato que visa a alimentação artificial de praias no troço sul da Figueira da Foz (Cova Gala – Costa de Lavos), num investimento de 21 milhões de euros.
Em declarações feitas na Câmara da Figueira da Foz, a governante destacou que, segundo estudos da Agência Portuguesa do Ambiente, o recuo médio anual do areal tem alcançado os 5,5 metros, com 52% da área em erupção severa. "Este projeto, de vasta magnitude, representa uma das mais significativas intervenções na linha costeira nacional", sublinhou Maria da Graça Carvalho.
As operações, que terão lugar entre os esporões 3 e 5, estão planeadas para não interferir com a próxima época balnear, e incluirão o transporte de 3,3 milhões de metros cúbicos de areia ao longo de um período de 120 dias.
A intervenção consistirá na dragagem de sedimentos a norte do molhe Norte do porto da Figueira da Foz, que serão depositados nas praias a sul, que têm enfrentado graves problemas de erosão. O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente salientou que esta ação visa repor a linha de costa à posição de 2010 e prevê uma durabilidade de cinco a sete anos, dependendo das condições climáticas.
O autarca da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, embora satisfeito com o avanço do projeto, fez um apelo à APA para que também interviesse na praia da Leirosa, na costa sul do concelho. "É um dia de grande importância para a Figueira da Foz", enfatizou o presidente, lamentando, contudo, a morosidade dos processos até à sua concretização.
O projeto, que acumula vários anos de atraso e foi inicialmente anunciado em 2019, conta com um financiamento de 18 milhões de euros pelo Programa Temático para a Ação Climática e Sustentabilidade 2030, além de 2,5 milhões de euros da APA e contribuições do Porto da Figueira da Foz e da Câmara Municipal.
As obras têm início imediato, após a formalização do contrato com o consórcio dinamarquês Rohde Nielsen, adjudicatário dos trabalhos, sendo este acordo homologado pela ministra do Ambiente e da Energia.