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Reforço no Dispositivo de Combate a Incêndios: Faltam Helicópteros

O dispositivo nacional para o combate a incêndios rurais é ampliado, mas a falta de helicópteros levanta preocupações. Apenas 69 aeronaves estão disponíveis, abaixo do que era esperado.

há 5 horas
Reforço no Dispositivo de Combate a Incêndios: Faltam Helicópteros

A Diretiva Operacional Nacional (DON) que regula o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano foi ativada hoje pela terceira vez, permitindo a plena mobilização de 11.161 operacionais e 69 meios aéreos até ao final de setembro.

Nesta fase, o DECIR previa a disponibilização de 79 aeronaves, incluindo três helicópteros da AFOCELCA, dedicados ao combate de incêndios, mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) confirmou que apenas 71 aviões estão operacionais, uma vez que dois helicópteros ligeiros se encontram em manutenção.

Os helicópteros em manutenção estão localizados nos Centros de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdez e Santa Comba Dão. Desta forma, o total de meios disponíveis para o combate a incêndios reduz-se para 69, abaixo dos 76 inicialmente planeados.

A Proteção Civil assinalou que ainda faltam posicionar cinco helicópteros ligeiros nas CMAs de Mafra, Portalegre, Grândola, Ourique e Moura, devido a problemas na contratação pela Força Aérea Portuguesa, onde alguns concorrentes não cumpriram os requisitos necessários ou recusaram o contrato.

Questionada acerca da escassez de helicópteros na zona de Beja, a ANEPC remeteu resposta à Força Aérea, que esclareceu que a sua responsabilidade abrange apenas o processo de contratação, sendo a seleção dos locais da responsabilidade da ANEPC.

Para garantir a cobertura em áreas ainda sem meios aéreos posicionados, a Proteção Civil assegura que aeronaves de outros CMA estão a ser alocadas, permitindo resposta efetiva em caso de incêndio.

A ANEPC destacou que têm sido feitas ações de reposicionamento estratégico de aeronaves para atenuar o impacto dos cinco helicópteros indisponíveis, especialmente na região do Alentejo, com a mobilização de dois aviões médios e vários helicópteros para os CMA de Beja, Ourique e Portalegre.

Conforme estipulado pelo DECIR, nos próximos meses, 11.161 operacionais estarão em constante atividade, constituídos por bombeiros voluntários, Força Especial de Proteção Civil, GNR e elementos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, incluindo sapadores florestais.

Este ano, a contabilização dos operacionais sofreu alterações, impossibilitando uma comparação direta com números de anos anteriores. A DON atual exclui os meios dedicados à vigilância e foca apenas os recursos efetivos para o combate a incêndios.

Até junho de 2023, os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que ocorreram 2.459 incêndios, resultando numa área ardida de 6.104 hectares, um aumento em comparação ao ano anterior, onde o número de incêndios e a área queimada mais que duplicou.

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