Dívida de Angola à China em Queda: Menos de 8,9 mil milhões de dólares no 1º Semestre de 2025
Angola registou uma redução significativa na sua dívida à China, maior credor do país, com uma diminuição de mais de dois mil milhões de dólares desde 2023.

Dorivaldo Teixeira, diretor-geral da Unidade de Gestão da Dívida (UGD) angolana, anunciou hoje que a dívida de Angola à China sofreu uma diminuição considerável. Desde 2023, o Governo angolano reduziu em mais de dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) este passivo, resultado de uma gestão focada na dívida colateralizada com o petróleo.
Durante a apresentação do balanço do Plano Anual de Endividamento (BPAE) relativo ao primeiro semestre de 2025, Teixeira sublinhou que há dois anos a dívida situava-se em cerca de dez mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), enquanto que atualmente, ao final do primeiro semestre, este montante ronda os 8,9 mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros). O responsável acredita que, até ao fim do ano, esta dívida poderá descer para aproximadamente 7,5 mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros).
A dívida geral do Estado angolano atingiu, no primeiro semestre de 2025, um total de 61,9 mil milhões de dólares, sendo 16,7 mil milhões de dólares (14,1 mil milhões de euros) referentes à dívida interna e 45,2 mil milhões de dólares (38,3 mil milhões de euros) à dívida externa. No que diz respeito ao serviço da dívida externa, Teixeira afirmou que a execução se mantém dentro dos parâmetros esperados, rondando os cinco mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros).
O diretor-geral enfatizou que a incerteza no contexto atual tem limitado a capacidade de Angola em aceder a financiamentos externos, os quais servem fundamentalmente para a implementação de projetos previamente financiados. Assim, o país tem recorrido preferencialmente a financiamentos internos para suportar o Orçamento Geral do Estado.
Quanto à evolução do endividamento externo, Teixeira referiu uma tendência de descida contínua, sendo que o endividamento interno tem assumido um papel preponderante, com 99% deste montante a ser feito a taxas fixas.
Teixeira apontou para a necessidade de uma estratégia a médio e longo prazo, com o objetivo de potenciar o financiamento interno do Estado angolano, ainda que o financiamento externo continue a ser necessário.
No que se refere à gestão prudente da dívida, o Governo angolano tem monitorizado o comportamento dos preços do petróleo, implementando medidas que garantam uma racionalidade na despesa pública. Teixeira destacou que, apesar das dificuldades, Angola honrou as suas responsabilidades financeiras e conseguiu aumentar as suas reservas internacionais de 14 mil milhões de dólares para 15,5 mil milhões de dólares, ao mesmo tempo que a dívida foi reduzida.
O diretor-geral também comentou sobre a situação do mercado de Eurobonds, onde Angola enfrenta um vencimento em novembro no valor de aproximadamente 864 milhões de dólares (733,4 milhões de euros), revelando que o Estado está a preparar-se para enfrentar este desafio.
Embora os números apresentados sejam promissores, Teixeira advertiu para a necessidade de vigilância constante, dado que a dívida angolana apresenta riscos associados, como uma elevada exposição a moedas estrangeiras.