João Lourenço recebe Príncipe Harry e reitera compromisso com a desminagem em Angola

O Presidente de Angola, João Lourenço, teve um encontro significativo com o Príncipe Harry, Duque de Sussex, no qual reafirmou o compromisso do seu governo na desminagem, uma causa defendida pela organização britânica HALO Trust. Durante a visita, o chefe de Estado expressou a intenção de assegurar financiamento para as operações da HALO Trust por mais três anos.

James Cowan, diretor executivo da HALO Trust, destacou a importância do investimento angolano, elogiando a "extraordinária dedicação" de João Lourenço em trabalhar para um país livre de minas. Embora os detalhes financeiros não tenham sido revelados, foi mencionado um "novo contrato significativo" para as operações futuras.

De acordo com uma nota da Presidência, o Príncipe Harry veio a Angola para fortalecer os esforços da sua instituição em desminar áreas afetadas. Angola continua a enfrentar um dos legados mais perigosos da guerra que terminou em 2002, com milhares de campos minados ainda ativos que ameaçam a segurança das comunidades locais e o desenvolvimento do país.

A HALO Trust, com presença em Angola desde 1994, já removeu milhares de minas e entende o país como um parceiro estratégico. Apesar dos avanços na desminagem, há cerca de 975 campos minados em todo o território, sendo 192 situados no crucial Corredor do Lobito. A previsão é que sejam necessários cerca de 240 milhões de dólares para completar a limpeza das áreas afetadas.

A visita do Príncipe Harry também representa um esforço diplomático para reavivar o compromisso do governo angolano com a desminagem, num contexto em que Angola já anunciou a intenção de solicitar a extensão do prazo para erradicar minas antipessoal, cumprindo com as exigências da Convenção de Otawa.

O pedido será formalizado na próxima reunião dos Estados-partes da Convenção, prevista para dezembro em Genebra. Até ao momento, Angola espera eliminar a contaminação mineira até 2027, com um investimento estimado de 240 milhões de dólares nos próximos dois anos, conforme anunciado em outubro de 2024.