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Distúrbios no Aeroporto de Maputo: Empreendedores Em Protesto Contra Taxas Elevadas

Um grupo de mais de 50 empreendedores manifestou-se no Aeroporto de Maputo, exigindo a revisão de tarifas exorbitantes no desembarque de mercadorias.

30/06/2025 17:00
Distúrbios no Aeroporto de Maputo: Empreendedores Em Protesto Contra Taxas Elevadas

Hoje, no terminal internacional do Aeroporto de Maputo, Moçambique, mais de cinquenta empreendedores realizaram um protesto em reação a um aumento significativo nas tarifas de desembarque de mercadorias. Eduarda Fernandes, uma das participantes, expressou à Lusa que “o valor cobrado é excessivo e não compensa para o nosso tipo de negócio, principalmente no setor de venda de roupas. Estamos a ficar sem saber se podemos continuar a operar.”

Imagens enviadas à Lusa mostram o grupo a pedir “socorro” no interior do aeroporto, segurando cartazes e bloqueando a saída de passageiros. “Chegámos a impedir a saída de passageiros de um voo da Qatar Airways, deixando apenas a tripulação passar, numa tentativa de mostrar a nossa insatisfação”, revelou uma das manifestantes.

Esses empreendedores importam mercadorias de diversos países, especialmente da China, e queixam-se do recente agravamento das tarifas para a retirada de bagagens. De acordo com Eduarda, as bagagens passaram a ser transferidas para o terminal de carga, em vez de serem entregues no terminal de passageiros, como acontecia anteriormente. “Assim que vamos ao terminal de carga, a mercadoria desaparece e ainda temos que pagar um despachante, gerando mais burocracia”, acrescentou.

Antes, os custos para retirar as mercadorias variavam até 8.000 meticais (cerca de 107 euros) por mala, mas agora, desde a última semana, esses valores duplicaram, podendo alcançar 15.000 meticais (200 euros) por bagagem. “Não aceitaremos pagar essas taxas. Somos pequenos empresários e merecemos proteção para podermos crescer”, defendeu Zebito, outro membro do grupo.

Uma das participantes do protesto questionou: “Por que razão nos tiram o pão da mesa dos nossos filhos? Estamos a ser empurrados para a rua.” Após cerca de uma hora de protesto no terminal de passageiros, o grupo decidiu retirar-se para dialogar com as autoridades aeroportuárias, com a esperança de que as discussões se possam resolver até à terça-feira, conforme mencionado por Eduarda Fernandes. “Ainda não acabámos. Não podemos parar até receber uma resposta”, concluiu.

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