Desvendando o Cancro do Rim: Mitos e Realidades
Vamos explorar os equívocos mais comuns sobre o cancro do rim à luz das explicações da oncologista Maria João Ribeiro, do Hospital de São João.

Sangue na urina, dor lombar, apetite em queda, perda de peso inexplicável, anemia e febre são alguns dos sinais de alerta do cancro do rim. Muitas pessoas podem pensar que esta doença se limita a um único tipo e que afeta todos de maneira uniforme, mas a realidade é bem diferente. Para esclarecer estes mitos, conversámos com a médica oncologista Maria João Ribeiro do Hospital de São João.
Mito 1: Só existe um tipo de cancro do rim
A verdade é que existem várias formas de cancro enquanto o carcinoma de células claras é o subtipo mais frequente. Outras variantes incluem o carcinoma papilar e o carcinoma cromófobo, cada uma apresentando crescimento e resposta a tratamentos distintos. A avaliação médica especializada é crucial para determinar a melhor abordagem terapêutica.
Mito 2: O cancro do rim afeta todos da mesma forma
Os sintomas e a forma como a doença se manifesta variam. Algumas pessoas podem ser assintomáticas na fase inicial, mas na fase avançada podem experienciar sangue na urina, dor localizada ou perda significativa de peso.
Mito 3: O tratamento é sempre cirúrgico e por quimioterapia
Embora a cirurgia seja frequentemente a primeira linha de tratamento, a quimioterapia não é normalmente aplicada, pois não é eficaz contra o cancro do rim. A imunoterapia e as terapias-alvo têm mostrado resultados promissores, especialmente em estágios avançados. A personalização do tratamento é cada vez mais comum, tendo em conta as especificidades de cada paciente.
Recentemente, houve grandes avanços no tratamento do cancro do rim metastático, incluindo o uso de inibidores da tirosina cinase e imunoterapia, que promovem a resposta do sistema imunitário às células cancerígenas. Com o uso de combinações de tratamentos, muitos doentes beneficiam de um controlo mais eficiente da doença e uma maior taxa de sobrevivência.
Mito 4: Fumar não é um fator de risco para o cancro do rim
Fumar é um importante fator de risco, podendo aumentar o desenvolvimento de células cancerígenas nos rins e complicar o prognóstico para os que já estão diagnosticados. Deixar de fumar é imprescindível para minimizar o risco de várias neoplasias.
Mito 5: O cancro do rim não pode ser detetado precocemente
Antigamente, o cancro do rim era muitas vezes descoberto tardiamente. Contudo, atualmente, com ecografias e TACs, é possível diagnosticá-lo mais precocemente, frequentemente de forma incidental. O diagnóstico na fase inicial abre portas a opções de tratamento muito mais eficazes.
Mito 6: As mulheres têm mais probabilidade de desenvolver cancro do rim
Este tipo de cancro é, na realidade, mais comum em homens, embora afete ambos os sexos. As diferenças de risco têm a ver com fatores biológicos e ambientais, tornando essencial que todos estejam atentos a sinais de alerta.