Desmantelamento das Estruturas do Hezbollah no Sul do Líbano Avança

O Exército libanês informou que já conseguiu desmantelar mais de 90% das infraestruturas militares do Hezbollah na área a sul do rio Litani. Uma fonte de segurança confidenciou à agência de notícias France-Presse (AFP) que, embora se tenha avançado significativamente, possam ainda existir locais não identificados, mas que estes serão tratados adequadamente caso venham a ser descobertos.

Após mais de um ano de conflitos, que incluíram dois meses de intensas hostilidades, um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor a 27 de novembro passado ditou a remoção das infraestruturas militares do Hezbollah na região e a retirada das forças israelitas do sul do Líbano.

Contudo, o Exército israelita ainda mantém várias posições na área, continuando a realizar ataques, alegando ter como alvo o Hezbollah e sublinhando as lacunas nas capacidades das forças armadas libanesas.

O acordo estabelece que apenas o Exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU devem estar presentes na região. A mesma fonte de segurança revelou que o Exército já “preencheu e selou diversos túneis” que o Hezbollah construiu ao longo da fronteira. “O Hezbollah decidiu retirar-se, permitindo que atuássemos como quisermos. O grupo já não possui uma presença militar a sul do rio Litani,” declarou a fonte, destacando que agora os soldados libaneses controlam o acesso aos pontos estratégicos da região para barrar transferências de armamento.

O presidente libanês, Joseph Aoun, afirmou numa entrevista à Sky News Arabia que o Exército agora controla mais de 85% do sul do Líbano e permanece a atuar sem oposição. Embora reconheça a importância do desarmamento do Hezbollah, Aoun advertiu que abordá-lo de forma brusca poderá desestabilizar o país, considerando que a ocupação israelita de cinco posições na fronteira é um obstáculo à mobilização total das tropas libanesas.

A tensão entre Israel e o Hezbollah recomeçou a 8 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas, que desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza e resultou em confrontos quase diários ao longo da fronteira. Desde setembro do ano passado, as forças israelitas intensificaram operações de bombardeamento, com efeitos devastadores que resultaram em mais de quatro mil mortes no Líbano e mais de 1,2 milhões de deslocados, segundo as autoridades do país.