A CP revelou hoje a sua preocupação com os transtornos causados pela greve, contestando a decisão judicial que não estabeleceu serviços mínimos.
A CP - Comboios de Portugal manifestou, em comunicado, a sua preocupação relativamente aos sérios inconvenientes que as greves em curso estão a provocar na rotina diária dos passageiros, reconhecendo os prejuízos causados.
A circulação de comboios está a sofrer perturbações significativas, um impacto que se prolongará até 14 de maio, em resultado das greves convocadas por diversos sindicatos de trabalhadores da CP.
Importa referir que o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social não definiu serviços mínimos para esta greve, uma decisão que a CP contestou junto do Tribunal da Relação de Lisboa. A empresa sublinha que a paralisação tem repercussões diretas no acesso ao trabalho e serviços essenciais, como saúde e educação.
A CP também destacou que tem envidado esforços, juntamente com o Governo, ao apresentar aos sindicatos uma proposta de reestruturação das tabelas salariais, no montante de 5,75 milhões de euros, e mantém-se disponível para continuarem as negociações, assim que as condições permitam.
A Fectrans, por sua vez, fez apelo ao Governo para que coloque em prática ações concretas em vez de se limitar ao discurso, referindo que "dizer 'é isto ou nada' não é uma abordagem de negociação justa".
Em declarações à Lusa, o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, realçou a necessidade de um compromisso mais ativo por parte do ministro.
Por sua parte, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, criticou os sindicatos, acusando-os de politizar a greve num contexto eleitoral, reafirmando que o Governo não se deixará pressionar e que tentou, até onde a lei permite, dialogar com as partes.
A greve é resultado de reivindicações por aumentos salariais que não refletem a reposição do poder de compra, bem como pela necessidade de negociações que garantam condições salariais dignas e a implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, de acordo com o que foi previamente acordado.
Os efeitos desta paralisação deverão ser mais acentuados hoje e na quinta-feira, particularmente devido à adesão de um maior número de sindicatos (14) a estas datas.