China exprime descontentamento por escala do líder de Taiwan nos EUA
A China demonstra oposição à possibilidade de o líder taiwanês, William Lai, escalar nos EUA durante a sua viagem ao Paraguai, advertindo sobre o agravamento das relações.

A China manifestou a sua veemente oposição à possível escala do líder taiwanês, William Lai, nos Estados Unidos, durante a sua viagem programada ao Paraguai em agosto. Este aviso foi feito pelo porta-voz do gabinete chinês para os assuntos de Taiwan, Chen Binhua, que alertou que tal movimento pode intensificar as tensões entre Pequim e Washington.
"Rejeitamos firmemente qualquer tipo de intercâmbio oficial entre os Estados Unidos e a região chinesa de Taiwan, bem como a passagem de William Lai pelos EUA, sob qualquer pretexto", declarou Chen em uma conferência de imprensa.
Além disso, ele pediu a Washington para "tratar a questão de Taiwan com a maior cautela" e evitar "enviar sinais errados aos separatistas que aspiram à independência da ilha".
O porta-voz ainda acrescentou que "depender dos Estados Unidos para obter a independência é uma ilusão que não levará a nada", referindo-se a Lai, que é visto pelas autoridades chinesas como "independentista" e "provocador".
Na segunda-feira, o Presidente do Paraguai, Santiago Peña, anunciou que William Lai visitará o país em cerca de 30 dias, marcando a sua primeira visita à América do Sul desde que assumiu o cargo em janeiro de 2024.
Em agosto de 2023, Lai já tinha visitado o Paraguai, então como vice-presidente, fazendo paragens em Nova Iorque e São Francisco. Na ocasião, a China reagiu com manobras militares próximo a Taiwan.
A porta-voz da presidência de Taiwan, Karen Kuo, indicou que "não há informações" sobre uma possível escala de Lai em solo americano. "Tal como em situações anteriores, qualquer plano que seja confirmado será anunciado no devido tempo", acrescentou.
Relatos da imprensa taiwanesa sugerem que o itinerário do Presidente poderá incluir paragens em Nova Iorque e Dallas, além de visitas a países como Guatemala e Belize, aliados de Taipé na América Central e Caraíbas.
Lai já tinha feito escalas em Guam e Havai no final do ano passado durante uma digressão pelo Pacífico Sul. Após essa viagem, a China conduziu uma das suas maiores operações navais nas últimas décadas.
Pequim vê Taiwan como uma parte "inalienável" do território chinês e não descarta o uso da força para garantir a "reunificação" com o continente, uma meta persistente do Presidente Xi Jinping desde 2012.
Os Estados Unidos, que são o principal fornecedor de armas a Taiwan, mantêm uma política de ambiguidade estratégica, sem relações diplomáticas formais com Taipé, mas com a possibilidade de intervir na sua defesa se houver um conflito com a China.