A CGTP manifestou hoje a sua oposição ao Livro Verde sobre a Sustentabilidade do Sistema Providencial, considerando-o um ataque à Segurança Social Pública e recusando qualquer substituição deste sistema.
Na antecipação do Dia Mundial da Segurança Social, a CGTP emitiu um comunicado onde denuncia que "sob o pretexto da sustentabilidade, se esconde um novo ataque à Segurança Social Pública".
A central sindical sublinhou que o Livro Verde sobre a Sustentabilidade do Sistema Providencial, elaborado por uma comissão designada pelo Governo do PS em 2022, representa uma "ofensiva" contra o sistema público, especialmente após a sua versão final ter sido apresentada em 2024 pelo Governo PSD-CDS.
Entre as propostas contidas neste Livro Verde, a CGTP aponta para a implementação de sistemas privados que poderiam substituir total ou parcialmente o sistema público, favorecendo grandes grupos financeiros do setor bancário e de seguros.
Ainda que a CGTP reconheça a necessidade de explorar alternativas de financiamento, lamenta a intenção do Governo de realizar uma "profunda transformação" no sistema, evidenciada pela constituição de um Grupo de Trabalho composto por indivíduos próximos dos interesses dos grandes grupos financeiros.
A central sindical reafirmou que o fortalecimento da segurança social é possível através de uma maior criação de emprego, redução da precariedade, incremento salarial e combate à subdeclaração de rendimentos.
Assim, a CGTP recusa a ideia de substituir o sistema público de Segurança Social por quaisquer regimes complementares, salientando que a solução para os desafios enfrentados passa pela promoção de um crescimento económico sustentável e pela criação de empregos.
Além disso, a central sindical se opõe firmemente a cortos nas contribuições sociais e a tornar o financiamento do sistema dependente de impostos, incluindo quaisquer formas de plafonamento ou privatização.
A CGTP manifestou também a sua oposição a qualquer tipo de redução nos direitos à proteção em casos de doença, velhice, invalidez, viuvez, orfandade, desemprego ou apoio familiar.
Em relação ao Dia Mundial da Segurança Social, "a CGTP-IN reafirma a necessidade de defender e promover um sistema de segurança social público, universal, solidário e um regime público de pensões gerido em regime de repartição".
A central sindical fez um apelo à vigilance, sublinhando que é crucial estarmos preparados para enfrentar possíveis iniciativas que visem degradar os direitos dos trabalhadores, incluindo medidas que ameacem o sistema público de segurança social e os princípios de solidariedade intergeracional e profissional que o sustentam.