As autoridades da Caxemira sob controlo paquistanês instaram os cidadãos a prepararem-se para um possível conflito, pedindo que reúnam alimentos para os próximos dois meses.
No parlamento local, o primeiro-ministro da Caxemira paquistanesa, Chaudhry Anwar-ul-Haq, fez um apelo à população para que se abastecesse de alimentos suficientes para um período de dois meses, em resposta à recente escalada de violência entre as forças armadas na fronteira com a Índia.
Chaudhry anunciou ainda a disponibilização de um "fundo de emergência" de mil milhões de rupias (aproximadamente três milhões de euros), destinado a garantir o fornecimento essencial de "alimentos, medicamentos e outras necessidades básicas" às comunidades próximas da linha de controlo.
Além disso, o governo mobilizou equipamentos de empresas públicas e privadas para preservar a acessibilidade das estradas ao longo da fronteira, que divide a Caxemira indiana da paquistanesa.
Hoje, os militares indianos relataram mais intercâmbios de tiros com as forças paquistanesas, marcando a oitava noite consecutiva de hostilidades ao longo da extensa linha de controlo de 770 quilómetros.
Na quinta-feira, o diretor do Departamento de Assuntos Religiosos da Caxemira sob controle paquistanês, Hafiz Nazeer Ahmed, decidiu fechar 1.100 escolas corânicas durante dez dias, levando milhares de crianças a regressar a casa.
Enquanto isso, nas seis mil escolas públicas que permanecem abertas, as autoridades estão a implementar treinamentos em primeiros socorros para preparar a população para qualquer eventualidade.
Nova Deli, por sua vez, atribui a responsabilidade por um atentado que vitimou 26 civis em abril, na área que administra, ao Paquistão, reivindicação que Islamabad nega categoricamente.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deu luz verde a uma resposta militar ao ataque, enquanto o governo do Paquistão afirmou possuir "informações credíveis" sobre uma possível agressão indiana iminente.
A Índia tomou a decisão de fechar o seu espaço aéreo a aeronaves paquistanesas, respondendo a uma medida semelhante adotada por Islamabad a 24 de abril. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, fez um apelo à contenção entre as duas potências nucleares, que têm uma história de conflitos desde a separação em 1947.
O Paquistão manifestou disponibilidade para colaborar num "inquérito neutro" sobre o ataque, enquanto as operações de segurança indianas continuam em busca dos responsáveis pelo ataque de abril, com a polícia indiana a divulgar retratos de três suspeitos, incluindo dois cidadãos paquistaneses, ligados ao grupo fundamentalista Lashkar-e-Taiba.