Cabo Verde mantém classificação em B e projeta redução da dívida pública para 98% do PIB

A Fitch Ratings decidiu manter o 'rating' de Cabo Verde em B, destacando uma perspetiva de estabilidade e um crescimento económico projetado de 5,5% tanto para 2023 como para 2024. A agência sublinha a importância do setor turístico, que continua a ser o motor da economia nacional, aliado a uma consolidação orçamental e reservas internacionais adequadas.

No entanto, os analistas da Fitch alertam para o facto de que, apesar dos aspetos positivos, a elevada dívida pública e a vulnerabilidade financeira e externa ainda representam riscos significativos. Com as eleições a aproximar-se, poderá haver um abrandamento das reformas nas empresas públicas, embora a previsão de crescimento se mantenha em 7,3% para 2024, com uma esperada média de 5,5% nos dois anos seguintes.

A taxa de inflação deverá recuar de 3,7% este ano para 1% entre 2024 e 2026, refletindo a estabilização dos preços dos combustíveis e a correlação do escudo com o euro. Em relação ao défice orçamental, é esperado melhorar de um saldo negativo de 0,7% no ano passado para um excedente de 0,3% neste ano, impulsionado pelo aumento das receitas, incluindo a concessão aeroportuária.

A previsão é que a dívida pública, que foi de 115% do PIB em 2023 e 109% no ano passado, desça para 98% do PIB até 2026. Embora esse valor permaneça acima da média de 49% nos países com rating B, os custos estão a ser contidos em grande parte devido à natureza concessional de boa parte da dívida.

Relativamente às eleições do próximo ano, a Fitch não antecipa alterações significativas no crescimento ou na trajetória orçamental em caso de nova transição política, mas adverte que uma eventual inversão nas reformas das empresas públicas poderá apresentar desafios orçamentais consideráveis no médio prazo.