O Sindicato Nacional de Motoristas e outros Trabalhadores anunciou greves parciais e de 24 horas em junho, protestando contra a estagnação nas negociações com a Carris.
O Sindicato Nacional de Motoristas e outros Trabalhadores (SNMOT) anunciou, através de um comunicado, a convocação de greves na Carris, previstas para o período de 2 a 6 de junho, com paragens parciais de duas horas no início e no final de cada expediente, além de uma greve de 24 horas a realizar-se no dia 12 de junho.
O sindicato enfatizou que a negociação sobre os aumentos salariais não deveria ter o efeito de interromper o diálogo e que, em colaboração com a Carris, pretendia estabelecer "grupos de trabalho" para avançar, entre outros pontos, com a redução gradual da carga horária para 35 horas semanais.
O SNMOT já conseguiu uma diminuição na carga semanal efetiva, atingindo cerca de 37 horas e 30 minutos, um resultado que só foi reconhecido por todas as partes envolvidas após um certo tempo. A primeira reunião do grupo de trabalho criado para a nova meta aconteceu a 30 de abril.
No entanto, a Carris não atendeu ao pedido do sindicato para fornecer informações que permitissem a apresentação de propostas "mais fiáveis e exequíveis". O SNMOT destacou que não tem a intenção de aguardar passivamente as propostas da empresa, tendo já demonstrado proatividade na redução da carga de trabalho, e continua a ser um sindicato que age em vez de reagir.
A estrutura sindical sublinhou que a Carris está ciente dos resultados do plenário realizado em Miraflores, onde os trabalhadores deram mandato ao SNMOT para convocar uma greve durante as festividades de Santo António, caso não haja progressos nas negociações.
O SNMOT lamentou que a empresa tenha ignorado os alertas dos trabalhadores e não tenha cumprido com os seus próprios compromissos, como a promessa de agendar uma nova reunião entre 5 e 9 de maio, o que não aconteceu sem qualquer explicação.
Com a convocação das greves, o sindicato espera que a Carris comece a tratar os trabalhadores com o respeito que merecem, e não apenas os recordando em épocas festivas ou quando surgem situações excepcionais.
A Carris é gerida pela Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e tem os trabalhadores representados por diversas associações sindicais, incluindo o SNMOT, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), o Sitra, o Sitese e a ASPTC.