Economia

Mudanças na Direção das Linhas Aéreas de Moçambique

há 2 horas

O Igepe anunciou hoje a destituição da administração da LAM, promovendo a criação de uma nova comissão de gestão presidida por Dane Kondic, no contexto da revitalização da companhia.

Mudanças na Direção das Linhas Aéreas de Moçambique

O Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) de Moçambique divulgou hoje a decisão de afastar a administração da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), medida ratificada durante uma assembleia-geral extraordinária da companhia e que terá efeitos imediatos. Marcelino Gildo Alberto, presidente do conselho de administração, e os administradores Altino Xavier Mavile e Bruno Miranda foram destituídos.

Foi também instituído um novo conselho de administração não executivo, com representantes das empresas estatais que se tornaram acionistas da LAM este ano, nomeadamente os Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), a Hidroelétrica de Cahora Bassa e a seguradora Emose.

Além disso, uma comissão de gestão, que operará sob a supervisão do conselho de administração não executivo, foi criada para assegurar a continuidade das operações da LAM. Esta comissão será liderada por Dane Kondic, um ex-diretor executivo da Air Serbia e ex-presidente da euroAtlantic.

Na passada semana, o Governo de Moçambique anunciou que vai realizar uma auditoria forense às contas da LAM dos últimos dez anos e implementar uma reestruturação na empresa, que conta com cerca de 900 funcionários.

O Presidente Daniel Chapo, em declarações, sublinhou a existência de "raposas e corruptos" na LAM, apontando para "conflitos de interesse" que têm dificultado a reestruturação da empresa. Chapo mencionou que o objetivo inicial de adquirir três novos aviões foi comprometido pela falta de integridade de algumas pessoas na companhia, que preferem o arrendamento de aeronaves devido a comissões associadas.

O Governo decidiu, no passado dia 5 de fevereiro, a venda da participação de 91% do Estado na LAM a empresas estatais, com o intuito de financiar a aquisição de oito novos aviões, parte de um plano mais amplo de reestruturação durante os primeiros 100 dias de governo.

A resolução do executivo limita a aquisição da participação do Estado na LAM apenas às CFM, HCB e Emose.

O Presidente da República garantiu que uma ampla reestruturação está a ser programada, que inclui uma revisão dos recursos humanos da LAM, prometendo uma nova fase para a transportadora nacional.

Chapo expressou a sua frustração face a tentativas mal sucedidas de inspecionar aeronaves na Europa, revelando que investidores que viajaram à Europa para inspecionar aviões não conseguiram cumprir o objetivo, algo que ele considerou “ilógico”. Ele finalizou afirmando que, após identificar práticas corruptas dentro da empresa, o Governo vai avançar com a reestruturação e nomear pessoas competentes para gerirem a companhia em prol do povo moçambicano.

A LAM enfrenta há anos desafios operacionais, como uma frota limitada e falta de investimentos, sendo que especialistas associam alguns incidentes, que não resultaram em fatalidades, à má manutenção das suas aeronaves.

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#MudançasNaLAM #ReestruturaçãoUrgente #TransporteAéreoMocambicano