Benfica exige pena superior a cinco anos para Rui Pinto no caso Football Leaks

No Tribunal Central Criminal de Lisboa, a audiência de hoje destacou as alegações finais dos representantes do Benfica, Benfica SAD e Benfica Estádio, bem como da defesa do ex-presidente do clube, Luís Filipe Vieira.

O advogado Rui Costa Pereira, que representa o Benfica, pediu uma condenação à altura da gravidade dos atos praticados por Rui Pinto, argumentando que a pena não deve ser inferior a cinco anos. "O arguido é praticamente reincidente, não confessou os factos, e não demonstrou qualquer arrependimento. A sua conduta revela uma personalidade em desarmonia com as normas sociais, e suas ações parecem ser motivadas por interesses fúteis”, enfatizou.

O advogado acusou Pinto de manipulação, sugerindo que ele tentou “enganar o tribunal” ao afirmar que colabora com a justiça, mas, na verdade, se recusa a responder a quem foi prejudicado pelas suas ações. "Ele se posiciona como um justiceiro, mas isso não o transforma em denunciante legítimo. As suas ações levaram à extorsão de uma vítima e ele trabalhou para encobrir suas verdadeiras intenções," acrescentou.

O advogado David Silva Ramalho, em nome da Benfica SAD e Benfica Estádio, apoiou as alegações e mencionou as incongruências no depoimento de Rui Pinto, que já possui uma condenação anterior de quatro anos com pena suspensa. Ele ressaltou a gravidade dos atos do arguido, que enfrentará julgamento por aproximadamente 200 crimes, alertando que, dados os antecedentes, a pena deve ser superior a cinco anos.

Marisa Falcão, defesa de Luís Filipe Vieira, destacou a relevância dos danos causados pela conduta de Pinto, que resultaram não só em impactos financeiros mas também na vida pessoal de Vieira, afetando sua família. "Luís Filipe Vieira sentiu-se profundamente abalado pelas repercussões do caso, com desconfianças generalizadas e uma fuga de segredos que prejudicou parcerias do Benfica", referiu.

Rui Pinto está sob julgamento por um total de 241 crimes, incluindo 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.