Política

BE tenta unir forças com o PCP para as eleições autárquicas

O Bloco de Esquerda continua a buscar convergências com o PCP, visando formar "frentes amplas" à esquerda nas autárquicas de outubro, apesar das recusas já expressas publicamente.

03/07/2025 18:40
BE tenta unir forças com o PCP para as eleições autárquicas

O Bloco de Esquerda (BE) reafirma a sua intenção de estabelecer contactos com o Partido Comunista Português (PCP) na expectativa de criar alianças à esquerda nas próximas eleições autárquicas, agendadas para 12 de outubro. Esta decisão foi tomada durante uma reunião da Mesa Nacional do BE, que teve lugar sem aviso prévio à imprensa.

Na resolução aprovada, o partido enfatiza a importância de unir esforços para "transformar o espaço político à esquerda do PS em uma força de mudança", confrontando-se com administrações locais que falham em assegurar direitos essenciais, como a habitação, a defesa do meio ambiente e a mobilidade. Os contactos com o PCP devem continuar, apesar das rejeições manifestadas anteriormente.

O BE destaca a necessidade de formar "frentes amplas" para evitar que forças como o Chega conquistem a presidência de autarquias e para proteger princípios constitucionais ameaçados. A liderança do partido observa que, embora ainda haja poucos municípios com oportunidades concretas para candidatos neofascistas, é crucial estabelecer acordos nessas situações específicas para bloquear tais resultados.

Além disso, o BE aponta a intenção de estabelecer coligações com o Livre em diversas autarquias, envolvendo "por vezes" também o PAN. Em Lisboa, no entanto, o PCP já manifestou a sua recusa em participar numa frente de esquerda, optando pela candidatura do comunista João Ferreira ao invés de unir forças contra o atual presidente municipal, Carlos Moedas, do PSD.

No manifesto autárquico, o BE reconhece que os desafios locais estão a tornar-se cada vez mais complexos, exigindo "respostas claras à esquerda" em um panorama político polarizado entre a direita e a crescente influência da extrema-direita. As principais prioridades do BE incluem habitação, mobilidade e medidas contra as alterações climáticas.

O partido critica a descentralização de competências, que transferiu responsabilidades das funções sociais do Estado para as autarquias, sem que tenha havido uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. O BE propõe ainda combater a prática de favorecimento imobiliário em detrimento do interesse público, defendendo decisões políticas justas e igualitárias.

Em termos de planeamento urbano, o BE sugere a inclusão de mecanismos de recuperação pública das mais-valias urbanísticas e a criação de uma entidade responsável pela supervisão das autarquias, promovendo a transparência e o combate à corrupção.

A proposta do BE para o arrendamento social inclui a construção pública e a imposição de que um quarto das novas construções privadas destine-se a habitação a preços controlados. No que diz respeito à mobilidade, propõem a redução gradual dos preços dos passes, podendo eventualmente chegar à gratuitidade. Com relação ao ambiente, o partido exige que os edifícios municipais consigam alcançar a neutralidade climática até 2030 e pede a criação de novas áreas verdes nas cidades.

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