Vice-presidente do BCE avalia os efeitos do recente apagão em Espanha, Portugal e sul da França, numa análise que visa prevenir futuras perturbações na estabilidade financeira europeia.
O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, anunciou que será efetuada uma análise detalhada sobre os impactos do apagão que afectou recentemente Espanha, Portugal e parte do sul da França. Segundo o dirigente, a situação serve de alerta para a necessidade de se prepararem respostas adequadas a perturbações que poderão ocorrer no futuro, dada a interligação dos sistemas energéticos na União Europeia.
Durante uma audição na comissão parlamentar de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, Guindos foi questionado acerca dos efeitos do corte maciço no abastecimento elétrico sobre a rede dos bancos centrais e infraestruturas críticas, como o sistema SWIFT, responsável pelas transferências bancárias. O dirigente afirmou que a ocorrência deverá ser estudada e relatada ao Parlamento, evidenciando a importância de aprender com estes incidentes.
A Comissão Europeia já se encontra em contacto com as autoridades portuguesas, espanholas e com a ENTSO-E para perceber a origem e o impacto da falha. De acordo com fontes oficiais, estão a ser activados protocolos e planos de restabelecimento de energia que permitirão a rápida normalização do sistema, conforme as normas comunitárias.
Além da dimensão energética, Guindos referiu a importância de monitorizar a situação dos mercados financeiros, sobretudo face a tensões comerciais e às potenciais repercussões que tarifas elevadas, como as recentemente propostas pelos Estados Unidos, possam desencadear, aumentando os riscos de crédito para as instituições.
Enquanto a investigação prossegue, autoridades europeias e nacionais permanecem em alerta para evitar que incidentes deste género se repitam, salvaguardando assim a estabilidade de um sistema cada vez mais interconectado.