BBVA otimista com OPA ao Sabadell, apesar de críticas

Na quarta-feira, a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) de Espanha autorizou, com condições, a compra do Banco Sabadell pelo BBVA, o que prepara o terreno para uma posição do Governo sobre a transação, que poderá incluir exigências adicionais.

O BBVA expressou otimismo em relação à decisão, afirmando que os compromissos alcançados beneficiarão o crédito às Pequenas e Médias Empresas (PME), em particular na Catalunha.

O presidente do BBVA, Carlos Torres, sublinhou que os compromissos estão orientados para promover a inclusão financeira, a coesão territorial e o apoio a PME e trabalhadores independentes.

Por outro lado, o Banco Sabadell criticou que a CNMC tenha adotado uma metodologia inadequada na análise da fusão, o que, segundo o banco, dificulta a avaliação das consequências para os clientes PME.

A CNMC deu o seu parecer favorável, mas condicionou a operação a compromissos que ainda não são definitivos, uma vez que a decisão final depende do Ministro da Economia, Carlos Cuerpo, que deve decidir em até 15 dias se levará a questão ao Conselho de Ministros.

Em resposta à situação, María Jesús Montero, ministra da Fazenda e primeira vice-presidente do Governo, afirmou que é "prematuro" determinar a posição do executivo sobre a OPA. Enquanto isso, Yolanda Díaz, ministra do Trabalho, argumentou a favor da suspensão da proposta de aquisição.

Salvador Illa, presidente do governo da Catalunha, garantiu que o Governo analisará com firmeza o relatório da CNMC, priorizando os interesses da Catalunha.

Sindicatos também expressaram descontentamento com a decisão de autorizar a OPA, solicitando ao Governo que anule a operação, argumentando que prejudicaria os trabalhadores e os interesses da sociedade. Pepe Álvarez e Unai Sordo, líderes da UGT e CCOO, lamentaram a continuidade de um processo de concentração financeira que consideram lesivo para os trabalhadores e o acesso a serviços financeiros.

O BBVA lançou a OPA sobre o Sabadell há quase um ano, visando integrar o banco catalão no seu grupo e alcançar uma economia de 850 milhões de euros nos próximos três anos.

A CNMC apontou que a aquisição pode representar riscos à concorrência nos setores de serviços bancários de retalho e de pagamentos, mas acredita que as medidas tomadas pelo BBVA poderão mitigar esses riscos, considerando-as "sem precedentes".