"UGT Reitera Compromissos em Dia do Trabalhador Apesar da Instabilidade Política"

No Centro Desportivo Nacional do Jamor, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, assinalou que as celebrações do 1.º de Maio ocorrem num contexto político conturbado, semelhante ao do ano anterior, devido às eleições marcadas para o dia 18. Ele referiu que esta crise política vem associada à "intranquilidade internacional", mas destacou que "a UGT nunca aceitará que estas mudanças sejam utilizadas para obstruir o progresso social ou para desvalorizar o trabalho de quem vive do seu esforço".

Mourão afirmou, perante uma plateia repleta de faixas dos sindicatos que integram a UGT, que "a instabilidade política não afetará o caminho que traçámos nem comprometerá a ação da central e dos seus sindicatos". "Os governos podem mudar. Contudo, quem assumir o poder terá que respeitar os compromissos estabelecidos connosco, incluindo os acordos firmados na concertação social", enfatizou.

O dirigente sindical deixou uma mensagem clara ao futuro governo, sublinhando que "há muito a fazer para solucionar a questão dos 40% de desempregados que se encontram em situação de pobreza".

Mourão também criticou aqueles que tentam impor regulações sobre a imigração em Portugal, destacando que os sindicatos foram excluídos das discussões sobre a "Via Verde" para a entrada de trabalhadores estrangeiros no país. Neste Dia do Trabalhador, a UGT destacou o lema "Juntos pela valorização dos trabalhadores".

A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, também se fez ouvir, afirmando que a central sindical teve um papel vital ao longo da democracia, estando "sempre presente ao lado dos trabalhadores". Ela reconheceu que "há um longo caminho pela frente", exigindo a eliminação da precariedade e a melhoria das condições salariais.

Em todo o país, as comemorações do 1.º de Maio incluem ações e manifestações organizadas pela UGT e CGTP em prol da valorização dos trabalhadores. As festividades no Jamor começaram às 10:00 com a 9.ª Corrida UGT, seguida de diversas atividades desportivas e sindicais.

A data do 1.º de Maio, celebrada globalmente, remonta aos eventos de Chicago, que há 139 anos marcaram a luta por melhores condições laborais, resultando numa repressão violenta por parte das autoridades norte-americanas.

Em Portugal, a primeira comemoração do 1.º de Maio após o 25 de Abril fez-se sentir com grande intensidade, refletindo a alegria e as exigências da população, que clamava por 'direito à greve', 'fim da guerra já' e o 'regresso dos soldados'.