Mikhail Baryshnikov enaltece a dança como meio para expressar o indizível e promover a empatia num mundo marcado por conflitos e desafios.
Mikhail Baryshnikov, ícone da dança clássica e moderna, enunciou durante o Dia Mundial da Dança a importância de utilizar esta arte para revelar os matizes da alegria, dor e fragilidade humana. Num momento em que guerras, instabilidades políticas e injustiças marcam o nosso panorama, o artista defende a reflexão individual como elemento essencial para a transformação.
Nascido em Riga, Letónia, e a viver em Nova Iorque desde os anos 1970, Baryshnikov destaca que a dança é “a expressão do indizível”, permitindo às pessoas comunicar sentimentos profundos que muitas vezes se revelam difíceis de verbalizar. A sua mensagem transcende a técnica e o movimento, apontando para a capacidade da arte de inspirar bondade, fomentar empatia e promover a vontade de curar num mundo em incerteza.
Ao longo de uma carreira que ultrapassa cinco décadas, o artista colaborou com nomes de referência como George Balanchine e Jerome Robbins. Depois do início de carreira no Kirov Ballet e passos marcantes no American Ballet Theatre e no New York City Ballet, Baryshnikov avançou para funções de liderança e, em 2005, criou a Baryshnikov Arts, um espaço que incentiva a colaboração entre artistas de diversas disciplinas.
Em paralelo à mensagem global, o Dia Mundial da Dança é celebrado em Portugal com eventos que vão desde espetáculos a workshops e aulas de dança. Este ano, a Companhia Nacional de Bailado (CNB) inaugura o projeto "CNB em direto", ao transmitir ao vivo a peça "Coppélia" para mais de 30 equipamentos culturais pelo país. Segundo o diretor Fernando Duarte, a dança simboliza um ato profundo de liberdade e de aproximação entre os artistas e o público.
Apesar dos recentes desafios, como o apagão nacional, as atividades programadas – incluindo oficinas, exibições e iniciativas de formação – prosseguem, reafirmando a resiliência e o poder transformador da dança para revelar a verdade e inspirar a mudança.