Apesar das críticas e do aumento de falências, o BCR mantém as taxas de juro em 21% numa aposta por conter a inflação e retomar a estabilidade no mercado.
O Banco Central da Rússia (BCR) optou por manter as taxas de juro nos 21%, apesar dos desafios que se avizinhavam, nomeadamente a subida no número de falências e críticas intensas dirigidas à sua presidente, Elvira Nabiulina.
De acordo com o comunicado do banco, as próximas decisões sobre as taxas dependerão da velocidade e estabilidade na redução da inflação, bem como das expectativas do mercado. Mudanças significativas na política de crédito só serão consideradas quando a inflação atingir os 4%.
Para 2025, espera-se que as taxas se mantenham num intervalo entre 19,5% e 21,5%, com uma previsão de queda para 13% ou 14% em 2026. Esta decisão representa a quarta manutenção consecutiva dos juros no patamar definido, desde outubro de 2024, quando se pretendia reduzir a inflação para os 7% durante o ano, mesmo com registos de 10,34% em março (atividade que, segundo alguns meios, poderia ter ultrapassado os 20%).
O cenário económico, já fragilizado pelos efeitos da guerra, tem sido tensionado pela política de juros elevados, o que levou várias vozes, incluindo a do primeiro-ministro Mikhail Mishustin, a criticar as medidas. Em resposta, a presidente do BCR afirmou que em épocas de juros altos é natural surgirem críticas, mesmo que a política de crédito restritiva venha a intensificar as falências entre empresas em situação financeira delicada.