Aumento das despesas habitacionais atinge famílias vulneráveis
O Instituto Nacional de Estatística revela que em 2024, 25,9% da população em risco de pobreza enfrenta graves dificuldades devido à sobrecarga nas despesas de habitação.

Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, no ano de 2024, mais de um quarto da população em situação de risco de pobreza estava a enfrentar dificuldades significativas relacionadas com as despesas habitacionais. A análise, divulgada esta quinta-feira, aponta para um aumento nas dificuldades financeiras, com a carga mediana das despesas de habitação a subir para 12,0% e a taxa de sobrecarga a aumentar para 6,9%.
Embora se tenha observado uma melhoria nas condições físicas das habitações, a realidade das famílias vulneráveis é preocupante. Segundo o INE, "a taxa de sobrelotação habitacional foi mais elevada entre as famílias com crianças dependentes e aquelas em situação de risco de pobreza". Este grupo viu a taxa de sobrelotação atingir 17,3%, em comparação com 10,0% do restante da população.
No que diz respeito à sobrelotação habitacional, os dados mostram que esta condição afeta particularmente os jovens, com 19,9% da população até 17 anos a viver em situações de sobrelotação. Em contrapartida, os idosos apresentam uma taxa de apenas 3,1%.
As regiões que se destacam pela menor taxa de sobrelotação são o Centro e o Oeste e Vale do Tejo, com 5,9% e 6,3%, respetivamente, enquanto a sobrelotação é mais prevalente nas Regiões Autónomas, com taxas de 16,2% nos Açores e 19,4% na Madeira.
Além dos desafios persistentes referentes à habitação, um relatório da Oxfam Internacional indica que a riqueza acumulada por 1% da população mais rica globalmente desde 2015 poderia ser suficiente para erradicar a pobreza nos próximos 22 anos.
Os problemas habitacionais serão abordados pela primeira vez numa reunião de presidentes e primeiros-ministros da União Europeia, conforme anunciado pelo presidente da instituição, António Costa.