Economia

Desafios na Recuperação dos 3,2 Mil Milhões da TAP: Realidade vs. Expectativas

O ministro das Finanças alertou para a dificuldade em recuperar os 3,2 mil milhões injectados na TAP, enfatizando a necessidade de avaliar a situação com base nos factos de mercado.

10/07/2025 18:45
Desafios na Recuperação dos 3,2 Mil Milhões da TAP: Realidade vs. Expectativas

Durante um briefing após o Conselho de Ministros, o ministro das Finanças, Fernando Miranda Sarmento, destacou que a perspectiva de recuperar os 3,2 mil milhões de euros injectados pelo Estado na TAP é bastante complexa. “Devemos ser rigorosos e analisar a facticidade da situação. Se considerarmos que 49,9% da TAP corresponderiam a 3,2 mil milhões de euros, isso implicaria que a companhia aérea teria uma avaliação total de 6,4 mil milhões de euros. Em comparação, a Air France-KLM, que opera com seis vezes mais aeronaves e transporta um número semelhante de passageiros, está avaliada em 3 mil milhões de euros na bolsa”, afirmou.

O ministro criticou a lógica por detrás de tais avaliações, observando que “uma TAP, que é significativamente menor do que a Air France-KLM, não poderia ser vista como uma empresa com um valor superior”. O governo, que injectou 3,2 mil milhões na TAP para a sua reestruturação durante a pandemia, enfrenta pressão política, especialmente do líder do PS, que quer garantir o reembolso dos contribuintes.

José Luís Carneiro, líder do PS, reiterou que a TAP precisa expandir-se e atrair investidores internacionais, propondo que o Governo avance com a reprivatização da empresa enquanto mantém controle acionista predominantemente estatal. A venda até 49,9% da TAP, conforme aprovado no recente decreto-lei, poderá seguir o modelo de privatizações anteriores, segundo o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.

O ministro afirmou que a entrada de um parceiro estratégico poderá valorizar ainda mais os 50,1% restantes que ficarão sob controlo público, possibilitando um futuro promissor para a companhia. A operação poderá incluir activos adicionais, como a Portugália e a Cateringpor, bem como questões pendentes em relação a activos imobiliários, que farão parte do futuro "Parque Cidades do Tejo".

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