Apoio da CPLP à Candidatura do Parque Nacional de Maputo a Património Mundial da UNESCO

No âmbito da sua reunião em São Tomé e Príncipe, os ministros da Cultura da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmaram, por unanimidade, o seu apoio à candidatura do Parque Nacional de Maputo a património mundial da UNESCO. Este parque, situado a apenas 90 minutos da capital moçambicana, já tinha visto uma proposta semelhante submetida pelo Governo de Moçambique à UNESCO.

A candidatura, que se destina ao período de 2025-2026, ocorre após a inscrição do Parque Nacional de Zonas Húmidas iSimangaliso, na África do Sul, como património mundial em 1999. É importante sublinhar que o Parque Nacional de Maputo é adjacente ao iSimangaliso, apresentando vantagens significativas em termos de proteção das espécies e colaboração na gestão entre Moçambique e África do Sul.

Embora o iSimangaliso tenha conquistado já o estatuto de património mundial, a área que se estende da Baía de Maputo até à Ponta do Ouro, incluindo a Ilha de Inhaca, foi indicada em 2003 como uma das mais prioritárias para reconhecimento internacional.

A história de proteção da região data de 1932, quando a zona era apenas uma área de caça. Em 1969, com a crescente importância da biodiversidade local, foi elevada à categoria de Reserva Especial. Após o impacto negativo da guerra civil, a gestão do parque começou a ser unificada em 2006, com o apoio da Peace Parks Foundation, levando a um crescimento significativo da área protegida desde 2010.

Recentemente, o administrador do parque, Miguel Gonçalves, revelou que foram reintroduzidos mais de 5.000 animais de várias espécies, incluindo herbívoros e carnívoros, como chitas e hienas, e há planos para reintroduzir leopardos e talvez até leões e rinocerontes, dependendo do ambiente de segurança.

O Parque Nacional de Maputo é conhecido pela sua diversidade, associando mar e terra em 1.718 quilómetros quadrados. Criado oficialmente a 7 de dezembro de 2021, este espaço inclui tanto a Reserva Especial de Maputo quanto a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro.

Entre as suas características estão florestas dunares, pradarias, recifes de coral e lagoas, levando a que seja considerado um local único para a observação de biodiversidade. “Num dia de sorte, podemos observar uma baleia corcunda e um elefante no mesmo local,” afirmou Gonçalves, evidenciando a singularidade do parque.