Rússia e China decidem acelerar o gasoduto Siberian Force-2, adiados pela Mongólia. O projeto, vital para o gás chinês, enfrenta desafios, mas seguem negociações para o desbloqueio.
Na sequência de reuniões entre os líderes da Rússia e da China, foi anunciado um impulso para a finalização do gasoduto Siberian Force-2, cuja execução se encontra atualmente em suspenso devido à posição da Mongólia.
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que "os líderes, Vladimir Putin e Xi Jinping, instruíram para que se acelerem os trabalhos". Este acordo surge no contexto da visita oficial do presidente chinês a Moscovo, onde foram firmados diversos acordos de cooperação bilateral.
"Discutimos o projeto de forma aprofundada. Uma parte significativa do trabalho técnico-económico já está concluída", acrescentou Novak, destacando que as empresas estão agora em fase de negociações finais sobre os aspetos económicos do projeto.
O gasoduto Siberian Force-2 enfrenta atrasos desde agosto, quando a Mongólia anunciou que não pretendia incluir financiamento necessário nos próximos quatro anos, levando a especulações sobre a paralisação do projeto, que se estenderá por mais de 2.500 quilómetros, dos quais cerca de 1.000 passam pelo território mongol.
Apesar dos desafios, Novak esclareceu que não estão a ser consideradas alterações na rota do gasoduto para contornar a Mongólia. O projeto é crucial para aumentar o fornecimento de gás à China, especialmente considerando que o gasoduto Siberian Force-1 atingirá a sua capacidade máxima em 2026, insuficiente para atender às necessidades da indústria chinesa, segundo a Gazprom.
Após a decisão de Ulan Bator, Putin visitou a Mongólia em setembro, mas sem resultados concretos. Numa recente entrevista, o presidente russo afirmou que o projeto mantém-se em curso e reconheceu o interesse da Mongólia em beneficiar do fornecimento de gás.
Para lidar com as resistências da Mongólia, Moscovo está a propor acordos que incluam condições de fornecimento de gás a preços subsidiados e um tratado de comércio livre com a União Económica Eurasiática, da qual a Rússia é líder.