Mundo

Crescente violência extremista no norte de Moçambique afeta cristãos

há 4 horas

Comunidade cristã no norte de Moçambique enfrenta uma nova onda de ataques extremistas, com decapitações e raptos, conforme reporta a organização ACN.

Crescente violência extremista no norte de Moçambique afeta cristãos

Uma explosão de violência no norte de Moçambique tem trazido novos desafios à comunidade cristã, com reportes de decapitações e raptos por grupos extremistas islâmicos. A organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) denunciou que várias capelas e habitações foram incendiadas, levando a comunidade a um estado de desespero.

O padre passionista Kwiriwi Fonseca relatou: "Os ataques demonstram que muitos cristãos estão a ser severamente afetados. Os projetos sociais pararam e as pessoas encontram-se em aflição." Os ataques, que incluem pilhagens e assassinatos seletivos, têm gerado uma nova onda de deslocados internos. Desde o final de março até meados de abril, cerca de 15.000 pessoas foram forçadas a abandonar os seus lares, conforme apurado pelas agências das Nações Unidas.

A situação tem-se agravado nas últimas semanas, com os extremistas a alargarem a sua ação para a província de Niassa, vizinha de Cabo Delgado, onde foram registadas duas mortes de guardas florestais. "Os atacantes entram nas aldeias durante a noite, exigindo dinheiro sob a ameaça de morte, e, muitas vezes, aqueles que não conseguem pagar são raptados," alertou a ACN.

Os relatos de assaltos e incêndios criminosos têm-se intensificado, com o padre missionário a enfatizar que todos os grupos religiosos estão em risco, destacando que o apoio da Igreja se torna muitas vezes a única linha de ajuda disponível. A ACN, em colaboração com a diocese de Pemba, tem prestado assistência de emergência, incluindo alimentos para mais de 2.000 famílias e suporte psicológico para as vítimas.

De acordo com um estudo recente do Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), em 2024 foram contabilizadas, pelo menos, 349 mortes relacionadas com ações de grupos extremistas no norte do país, o que representa um aumento de 36% em relação ao ano anterior.

Tags:
#ViolênciaExtremista #Moçambique #DireitosHumanos