O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou a sua profunda preocupação com a deterioração da situação em Darfur do Norte, onde a violência e a fome continuam a devastar a população.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, demonstrou profunda indignação face à situação cada vez mais alarmante em Darfur do Norte. Segundo o porta-voz Stephane Dujarric, os ataques mortais em Al Fashir, a capital do estado, têm-se intensificado, especialmente após o recente ataque a campos de deslocados, que causou centenas de mortes, incluindo de trabalhadores humanitários.
Atualmente, Al Fashir enfrenta um cerco por parte das Forças de Apoio Rápido (RSF), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo, que se encontram em conflito com o exército de Abdel Fattah al-Burhan há dois anos.
A ONU estima que mais de 400.000 pessoas foram forçadas a deixar o campo de Zamzam apenas no início deste mês, o que aumentou a preocupação de Guterres, que recebeu relatos de assédio e detenções arbitrárias em postos de controlo que afetam os deslocados.
Apesar das dificuldades contínuas e da falta de financiamento, a ONU e os parceiros humanitários estão a tentar aumentar a assistência na zona de Tawila, onde se encontram muitos sobreviventes de Zamzam. A magnitude das necessidades humanitárias é avassaladora, com muitas mulheres e crianças a procurar refúgio no Chade.
A violência contra civis não se limita a Darfur. Relatos recentes de massacres em Omdurman, na região de Cartum, realçam a gravidade da situação no Sudão. Com o conflito a durar já três anos e a afetar cada vez mais a estabilidade da região, Guterres reiterou a necessidade urgente de assegurar o acesso humanitário seguro e irrestrito a todas as áreas carentes e de proteger os civis.
"Os responsáveis por violações graves devem ser levados à justiça", enfatizou Guterres. O líder da ONU apelou ainda a um cessar-fogo imediato e instou a comunidade internacional a agir rapidamente para aliviar "o sofrimento e a destruição contínuos" no Sudão. Desde o início da guerra em abril de 2023, o conflito já ceifou dezenas de milhares de vidas e forçou mais de 12,5 milhões de pessoas a abandonar as suas casas.