O porta-voz do Livre defende que a Esquerda não deve competir para ser a melhor oposição, mas, sim, reconstruir a confiança com os eleitores e reafirmar os seus valores de liberdade e justiça social.
Rui Tavares, o porta-voz do Livre, expressou esta noite a sua visão sobre o papel da Esquerda, sublinhando que a competição para determinar quem faz a melhor oposição não é o caminho a seguir. Durante o lançamento da campanha para as eleições legislativas, na Associação de Moradores da Bouça, no Porto, destacou que “há 800 mil votos que transitaram da Esquerda para a Direita, abrangendo pessoas que possuem valores progressistas e que ainda se identificam com os ideais da Esquerda”.
No seu discurso de cerca de meia hora, Tavares chamou a atenção para a instabilidade política, referindo que desde 2019 o país não teve uma eleição normal. Ele recordou a crise política que emergiu após o colapso da 'Geringonça' e os escândalos associados ao anterior primeiro-ministro e a Luís Montenegro.
Segundo Tavares, para um partido apresentar uma alternativa válida, é essencial oferecer soluções que combatam a instabilidade, já que o Livre "sabe como fazê-lo". O porta-voz realçou ainda que a responsabilidade não deve ser apenas um rótulo do Partido Socialista, mantendo que o Livre está preparado para assumir responsabilidades tanto legislativas quanto executivas.
Dirigindo-se a uma plateia de cerca de 150 pessoas, Tavares defendeu que a Esquerda deve revalorizar o conceito de liberdade, enfatizando que este é um dos seus pilares fundacionais. “Uma esquerda que fala de liberdade e reivindica a liberdade é aquela que defende que a liberdade deve ser garantida a todos”, reiterou.
Ele ainda salientou que a Esquerda precisa redefinir os seus objetivos políticos em torno da liberdade para recuperar a confiança popular. “O Livre está comprometido com esta missão, e é fundamental também que se redefina o papel do Estado, sustentando a democracia e o Estado social. A defesa do Estado de Direito é crucial, mas também é necessário agir de forma proativa e não apenas reagir”, concluiu.