Rui Tavares critica notificação de imigrantes, considerando-a uma ação eleitoral do Governo em competição com a extrema-direita, sem informações claras sobre a execução da medida.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, expressou hoje a sua preocupação em relação ao anúncio do Governo que prevê a notificação de 4.574 cidadãos estrangeiros para abandonarem o país de forma voluntária. Tavares considera esta ação uma "promessa eleitoral" e uma "competição pelo voto com a extrema-direita".
Durante uma visita ao Mercado da Afurada, em Vila Nova de Gaia, o político questionou a falta de informações sobre a implementação desta medida, que foi confirmada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Leitão Amaro revelou que esta notificação será a primeira de um total de 18.000 indeferimentos, alertando que existe um "primeiro conjunto de decisões" com outros 110 mil processos ainda por decidir. Tavares, no entanto, criticou o governo por utilizar os meios do Estado para fins partidários, especificamente em relação ao PSD.
"É crucial que os cidadãos vejam a confusão entre o PSD e o Governo como uma mera estratégia de campanha e não como políticas concretas", afirmou Tavares, enfatizando que a imigração é uma parte vital da economia e sociedade portuguesa.
O porta-voz do Livre também sublinhou a importância de valorizar os 1,6 milhões de imigrantes que contribuem legalmente para a sociedade nacional, contrastando com os números apresentados para os deportados.
Tavares defendeu que utilizar a imigração para fomentar desconfiança e preconceito é perigoso e prejudicial, apontando que é necessário tratar este assunto com seriedade e honestidade. Salientou ainda que, apesar da necessidade de uma imigração controlada e ordenada, é essencial reconhecer as realidades que a rodeiam e a sua relevância social e económica.