O Presidente da Ucrânia alertou para sanções severas caso o líder russo não compareça à reunião marcada para a Turquia, reforçando a necessidade de um cessar-fogo.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou hoje aos seus aliados ocidentais que intensifiquem as sanções contra a Rússia, caso Vladimir Putin não compareça às negociações agendadas para quinta-feira em Istambul. Para Zelensky, a ausência do líder russo seria um "sinal definitivo" de que a Rússia não está interessada em encerrar a guerra ou em dialogar.
"Se a Rússia optar por não negociar, os Estados Unidos e o resto do mundo devem agir com firmeza, aplicando novas sanções à Rússia e aumentando o apoio militar à Ucrânia", declarou Zelensky em conferência de imprensa em Kyiv.
O Kremlin tem-se mostrado reticente sobre a composição da sua delegação para as negociações e a eventual presença de Putin, que poderiam marcar as primeiras conversações diretas entre Kyiv e Moscovo desde o início da invasão russa da Ucrânia, na primavera de 2022.
O Presidente da Ucrânia garantiu que participará nas discussões na Turquia, partindo na quarta ou quinta-feira, e comprometeu-se a fazer o possível para que o encontro com Putin se concretize. "Faremos tudo para que esta reunião aconteça", afirmou, reforçando a sua intenção de alcançar um cessar-fogo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, limitou-se a afirmar que a Rússia está a preparar-se para as negociações, sem responder diretamente às declarações de Zelensky.
A proposta para a reunião foi originada por Putin, que sugeriu o início das conversações diretas a 15 de maio em Istambul. Zelensky considerou esta proposta como "um primeiro passo", mas sublinhou que o cessar-fogo é imprescindível antes de a Ucrânia se sentar à mesa das negociações.
Dmitry Peskov, numa entrevista à ABC News, enfatizou que Putin estava a envidar esforços para resolver a situação de forma pacífica, mas que, sem a possibilidade de diálogo, a operação militar da Rússia teria que prosseguir.
Esta proposta da Rússia ocorreu logo após uma reunião em Kyiv entre os líderes de diversos países, incluindo França, Alemanha, Reino Unido e Polónia, onde foi exigida à Rússia a consideração de um cessar-fogo incondicional e total durante pelo menos 30 dias, sob a ameaça de sofrer novas sanções económicas.
Pouco depois do anúncio de Putin, Zelensky afirmou nas redes sociais que estaria à espera do líder russo na Turquia e manifestou a sua expectativa por um cessar-fogo eficaz e duradouro, afirmando: "Esperamos que desta vez os russos não arranjem desculpas".
Apesar das ameaças de sanções, o cessar-fogo não foi alcançado. O chanceler alemão, Friedrich Merz, reiterou hoje que a Rússia será alvo de novas sanções se não houver avanços reais esta semana em relação ao cessar-fogo na Ucrânia, pressionando a UE a endurecer as medidas, especialmente nos setores energético e financeiro.
Na conferência de imprensa, Zelensky destacou a presença anunciada do Presidente dos EUA, Donald Trump, nas negociações na Turquia, expressando a esperança de que Trump consiga influenciar Putin a participar.