O Presidente da Ucrânia reafirmou a Trump a intenção de um cessar-fogo imediato com a Rússia, durante uma conversa positiva, após o parlamento ucraniano ratificar um acordo económico com os EUA.
No dia de hoje, Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, reiterou ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, a disposição para implementar um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia. A conversa, classificada por Zelensky como "positiva", decorreu logo após a ratificação, por parte do parlamento ucraniano, de um importante acordo de parceria económica com os Estados Unidos.
"Tive uma conversa alentadora com o Presidente Trump", informou Zelensky através da rede social Telegram, num momento em que os esforços de mediação de Washington para um acordo entre os países em conflito têm diminuído desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Durante a chamada, Trump inquiriu sobre a situação nos campos de batalha, onde foi atualizado por Zelensky. Ambos os líderes abordaram a urgência em intensificar os esforços pela paz, discutindo "medidas específicas que podem ser adotadas". Zelensky enfatizou que a Ucrânia está disposta a uma pausa nas hostilidades, iniciando um cessar-fogo "completo e incondicional" a partir de hoje.
"Estamos otimistas de que a Rússia aceite esta proposta. Reforcei também que a Ucrânia está aberta a negociações sob qualquer formato. Contudo, para avançarmos, a Rússia deve demonstrar a sua intenção séria de pôr fim ao conflito", esclareceu o presidente ucraniano.
Através do Telegram, Trump expressou o seu desejo de que a guerra termine, afirmando estar pronto para ajudar e manifestando apoio à proposta de cessar-fogo.
O parlamento ucraniano ratificou o acordo económico com os EUA, conforme anunciou Yulia Svyrydenko, ministra da Economia. Ela mencionou que espera que este passo leve à concessão de nova assistência militar norte-americana a Kyiv para enfrentar a invasão russa.
Um alto responsável da presidência ucraniana revelou à AFP que a conversa, traduzida em inglês, teve a duração aproximada de vinte minutos e foi considerada muito produtiva. Os assuntos principais abordados incluíram "diplomacia e o cessar-fogo" que tanto Washington quanto Kyiv estão a tentar estabelecer na linha da frente contra as tropas russas.
No entanto, num evento na Sala Oval da Casa Branca, Trump expressou o seu agradecimento pela ratificação do acordo sobre minerais, que permite aos EUA acesso a "uma quantidade considerável de terras raras de elevada qualidade". O acordo, que se refere à exploração de recursos na Ucrânia, foi assinado no final de abril, após meses de tensões entre os dois países.
Apesar das expectativas iniciais de Trump, o novo documento não reconhece a ajuda militar concedida desde o início da invasão como uma dívida da Ucrânia para com os EUA, como destacou Svyrydenko. "É fundamental notar que isto não é uma dívida ou um crédito, mas sim um investimento na economia ucraniana", completou a ministra.
Além disso, o acordo estabelece que a nova assistência militar dos EUA será tratada como uma contribuição a um fundo de investimento conjunto, onde a Ucrânia fornecerá 50% das receitas provenientes de novas licenças para a exploração de recursos naturais, abrangendo um total de 57 tipos de recursos.