A bolsa de Nova Iorque encerrou o dia em baixa, com investidores desapontados pela falta de novidades sobre acordos comerciais, enquanto se espera a decisão da Reserva Federal sobre taxas de juro.
A sessão de hoje em Wall Street concluiu com um desempenho negativo, refletindo a desilusão dos investidores face à ausência de informações sobre potenciais acordos comerciais entre os EUA e outros países. O índice Dow Jones Industrial Average caiu 0,95%, enquanto o Nasdaq, vincado pela tecnologia, teve uma queda de 0,87%, e o S&P 500 registou uma descida de 0,77%.
Art Hogan, da B. Riley Wealth Management, expressou a frustração do mercado, afirmando à AFP que "os investidores estão dececionados por não existirem novidades sobre possíveis acordos comerciais".
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, revelou à CNBC que os EUA receberam propostas comerciais de 17 estados, as quais considerou "muito boas", embora ainda não se tenha oficializado qualquer acordo. Ao mesmo tempo, o presidente Donald Trump manifestou-se, na presença do primeiro-ministro canadiano Mark Carney, afirmando que "adoraria" alcançar um entendimento com o Canadá, mas sublinhando que não deseja importações de veículos ou aço do país vizinho.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China opinou que os EUA precisariam alterar a sua postura "ameaçadora" se quisessem firmar um acordo, segundo informações da agência noticiosa Xinhua.
Hogan acrescentou que "no início da semana, esperava-se algum tipo de anúncio sobre acordos, mas até agora não ocorreu". Dessa forma, Wall Street encontra-se sem um "catalisador" que impulsione o mercado.
Adicionalmente, os operadores não antecipam surpresas na reunião da Reserva Federal (Fed), que ocorre até quarta-feira e que deverá manter a taxa de juro de referência inalterada, entre 4,25% e 4,50%, conforme indicado pelo FedWatch. Hogan observou que "a maioria dos dirigentes da Fed foi clara em querer esperar para ver os efeitos da nova política comercial de Trump".
Os dados económicos revelaram que o défice comercial, que a guerra comercial visa supostamente reduzir, atingiu um novo máximo histórico em março, com um aumento acentuado das importações, à medida que os comerciantes tentavam evitar as novas taxas alfandegárias. Este défice subiu 14% em comparação com o mês anterior, totalizando 140,5 mil milhões de dólares, conforme relatado pelo Departamento do Comércio.