UNIFIL revela descoberta de mais de 225 arsenais no sul do Líbano

A força interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) comunicou hoje que, desde a implementação do cessar-fogo com o Hezbollah, foram descobertos mais de 225 depósitos de armas no sul do país. Este cessar-fogo entrou em vigor a 27 de novembro, após um prolongado conflito com Israel.

Segundo o acordo, o Exército israelita tinha até 26 de janeiro para completar a sua retirada da região sul do Líbano, que deverá ser apenas ocupada pelo Exército libanês e pelas forças da ONU. Por sua vez, o Hezbollah comprometeu-se a desmantelar a sua infraestrutura no sul e a deslocar-se para norte do rio Litani, localizado a cerca de 30 quilómetros da fronteira com Israel.

A UNIFIL indicou, em comunicado, que os esconderijos descobertos foram entregues ao Exército libanês. A força da ONU faz parte de um comité de supervisão do cessar-fogo, composto também pelos Estados Unidos, França, Líbano e Israel.

Nos últimos meses, o Exército libanês tem vindo a posicionar-se gradualmente no sul, próximo da fronteira. A UNIFIL acrescentou que, com a sua assistência, o Exército libanês já se redistribuiu para mais de 120 locais permanentes a sul do rio Litani. No entanto, a completa mobilização do exército enfrenta dificuldades devido à presença contínua das forças israelitas em solo libanês.

Desde o início da guerra em Gaza, provocada por um ataque do Hamas em solo israelita a 7 de outubro, o Hezbollah iniciou ataques, lançando rockets contra Israel em suporte ao movimento palestiniano.

O conflito ampliou-se em setembro de 2024, levando a bombardeamentos intensos que resultaram em mais de 4.000 mortes, fragilizando a liderança do Hezbollah, conforme relatado pelas autoridades locais.

Em um recente discurso, o líder do Hezbollah, Naim Qassem, reafirmou que tanto o Líbano quanto o grupo têm respeitado os termos do cessar-fogo, criticando Israel por não retirar as suas forças e por continuar a efetuar ataques. Qassem afirmou que, apesar das intenções israelitas de desmantelar a resistência, isso não será alcançado.

Atualmente, Israel ainda ocupa cinco locais considerados estratégicos no sul do Líbano e mantém operações regulares nesta região, condenando as supostas infraestruturas do Hezbollah.