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Brasil regista recorde de deslocados internos em 2024 devido a cheias devastadoras

há 5 horas

Em 2024, o Brasil enfrentou o desafio sem precedentes de mais de um milhão de deslocados internos, com uma significativa parte associada às cheias no Rio Grande do Sul, revela um relatório de uma ONG.

Brasil regista recorde de deslocados internos em 2024 devido a cheias devastadoras

O Brasil viu-se confrontado com um alarmante aumento no número de deslocados internos em 2024, totalizando 1.124.000 pessoas, conforme reportado no "Relatório Global sobre Deslocações Internas 2025", elaborado pelo Centro de Monitorização das Deslocações Internas (IDMC), uma Organização Não-Governamental vinculada ao Conselho Norueguês para os Refugiados.

Deste total, cerca de 775.000 indivíduos foram forçados a abandonar as suas casas devido às cheias que assolaram o estado do Rio Grande do Sul em maio, onde os impactos foram tão vastos que a área inundada equivalia ao tamanho do Reino Unido. A capital do estado, Porto Alegre, foi uma das mais atingidas, conforme indicado pelo relatório.

O desastre, causado por um aumento significativo das chuvas entre abril e meados de maio, resultou numa onda de deslocamentos que superou todos os números de 2023 em todo o país. O IDMC alertou que este foi o valor mais elevado de deslocados internos associado a uma catástrofe no Brasil até à data.

As análises realizadas pelo centro indicam que fatores como as alterações climáticas e a falta de infraestrutura adaptada tornaram este evento não só mais provável, mas também mais devastador. Em resposta à calamidade, o governo do estado decretou uma situação de emergência em 6 de maio, apelando a apoio das autoridades federais e de agências humanitárias.

As respostas comunitárias foram igualmente cruciais, com cidadãos a formarem equipas de resgate para colaborar com os bombeiros e as forças de defesa civil, mostrando um espírito de solidariedade na adversidade.

O relatório ainda destaca que as áreas mais afetadas pelas cheias eram predominantemente habitadas por pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo comunidades negras e indígenas, que enfrentaram taxas de deslocamento superiores à média da população.

Atualmente, o governo federal está a atualizar o plano nacional de adaptação para o período de 2024 a 2035, numa tentativa de mitigar os impactos de futuras desastres, tendo em vista que os modelos climáticos prevêm um aumento contínuo nas precipitações, especialmente no sul do país. Após as inundações, uma nova secretaria foi estabelecida para coordenar a reconstrução e os esforços de recuperação na região afetada.

Este relatório, que é a sua décima edição, revela que cerca de 83,4 milhões de pessoas estavam deslocadas internamente em todo o mundo até final de 2024, um número que mais do que dobrou em relação aos últimos dez anos.

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#DeslocadosInternos #CheiasBrasil #MudançasClimáticas