A União Europeia manifestou apreensão sobre a negligência eleitoral na Albânia e pediu a implementação de reformas necessárias para a adesão ao bloco.
A União Europeia (UE) expressou esta terça-feira preocupações significativas a respeito das eleições legislativas na Albânia, onde a maioria no poder foi acusada de beneficiar de vantagens, apelando à implementação de uma reforma eleitoral fundamental para a adesão do país ao bloco.
No comunicado emitido, Kaja Kallas, alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, e Marta Kos, comissária para o Alargamento, destacaram que, embora as eleições tenham sido conduzidas de forma "inclusiva e transparente", o ambiente eleitoral permanecia "altamente polarizado", com alegações de intimidação a candidatos e pressão sobre eleitores, especialmente entre os funcionários públicos.
As representantes da UE também referiram que, apesar do clima relativamente organizado e calmo no dia das eleições, existem "numerosas alegações de uso indevido de recursos administrativos e influência institucional", que podem ter concedido uma vantagem indevida à maioria governante.
A comissão sublinhou a necessidade de "acompanhamento" contínuo para algumas "preocupações persistentes" sobre a integridade do processo eleitoral. Além disso, destacaram a falta de independência nos meios de comunicação, cuja cobertura tendia a favorecer os principais partidos, bem como a limitação da transparência no financiamento das campanhas.
Kallas e Kos encorajaram a Albânia a avançar com todas as reformas exigidas para a sua futura adesão à UE, especificamente a adoção de uma nova reforma eleitoral que aborde as recomendações do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR). O processo de integração do país na UE é visto como um objetivo estratégico e um projeto apoiado pelo povo albanês.
Por fim, as responsáveis apelaram a um diálogo político construtivo que envolvesse não apenas os partidos políticos, mas também a sociedade civil e as comunidades locais, enfatizando que todos têm um papel a desempenhar no avanço da integração europeia da Albânia.
O Partido Socialista da Albânia, liderado pelo primeiro-ministro Edi Rama, obteve uma votação maioritária nas eleições de domingo, com 82 dos 140 assentos do parlamento, conquistando 52% dos votos.