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Mãe de Edan Alexander "desolada" após relatos do cativeiro do filho

há 2 horas

A mãe do jovem resgatado do cativeiro em Gaza expressou dor ao ouvir os relatos angustiosos do filho sobre a sua experiência de 584 dias nas mãos do Hamas.

Mãe de Edan Alexander "desolada" após relatos do cativeiro do filho

Yaël Alexander, mãe de Edan, um jovem soldado israelo-americano libertado na segunda-feira pelo Hamas, revelou estar "desolada" após ouvir os primeiros relatos do filho acerca do seu longo cativeiro de 584 dias em Gaza.

Em declarações à imprensa em Telavive, a mãe descreveu a experiência do filho como marcada por "uma angústia indescritível e um medo constante de não sobreviver a cada noite". Edan falou sobre a fome, a escassez de água e as condições sanitárias precárias que suportou.

Além disso, Yaël destacou o som aterrador da guerra que ecoava por cima dele: "As explosões, o zumbido dos mísseis e o tremor da terra – a cada momento, ele podia sentir que a sua vida estava por um fio".

Edan, de 21 anos, estava a prestar serviço militar perto da fronteira com Gaza durante os ataques de 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 mortos e aproximadamente 250 reféns, conforme relatado por Israel. Considerado um "soldado solitário", Edan foi à Israel para cumprir o serviço militar obrigatório, embora a sua família não resida no país.

O pai de Edan, Adi Alexander, expressou a sua alegria pela liberdade do filho, descrevendo o reencontro como "maravilhoso" e um "presente divino". Ele também manifestou gratidão pelo apoio do Presidente dos EUA, Donald Trump, e fez um apelo pela libertação de outros reféns ainda detidos em Gaza.

Atualmente, das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas, 57 permanecem em cativeiro, 34 das quais já foram confirmadas como mortas pelo exército israelita. Adicionalmente, o Hamas retém os restos mortais de um soldado israelita falecido numa guerra anterior em 2014.

Após a sua libertação e internamento no Hospital Ichilov, em Telavive, a saúde de Edan foi considerada "estável". O diretor médico do hospital, Gil Fire, anunciou que as consequências do cativeiro prolongado serão avaliadas nos dias vindouros.

Edan deixou uma mensagem ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmando: "Estou bem. Fraco, mas pouco a pouco voltarei a ser o que era antes. É tudo uma questão de tempo". Netanyahu também se reuniu com o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que visitou Edan no hospital e revelou que este havia falado ao telefone com Trump.

O Hamas afirmou que a libertação de Edan foi resultado de "negociações sérias" e contestou as declarações de Netanyahu que ligam a libertação à pressão militar sobre Gaza, acusando-o de enganar o povo israelita.

No domingo à noite, o Hamas anunciou a intenção de libertar Edan após conversações indiretas com os EUA, como um sinal para estimular o diálogo em busca de um novo cessar-fogo no enclave. Contudo, as tensões aumentaram desde que Israel retomou a operação militar contra o Hamas em março, após uma trégua inicial que permitiu a troca de reféns e prisioneiros.

As negociações subsequentes entre as partes não resultaram em acordos concretos, com acusações mútuas acerca de bloqueios ao processo.

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