Líderes espanhóis e latino-americanos expressaram tristeza pela partida do ex-presidente uruguaio, símbolo de esperança e justiça social, aos 89 anos.
O mundo político e social da América Latina encontra-se em luto após o falecimento, aos 89 anos, de José 'Pepe' Mujica, ex-presidente do Uruguai e ícone da esquerda na região. O actual primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, utilizou a rede social X para recordar Mujica, afirmando que ele sempre acreditou e lutou por um "mundo melhor". "A política faz sentido quando é vivida com o coração", acrescentou Sánchez.
A Presidente do Peru, Dina Baluarte, também lamentou a perda, reconhecendo Mujica como um "servidor público íntegro". O presidente colombiano, Gustavo Petro, descreveu-o como um "grande revolucionário", enquanto o guatemalteco Bernardo Arévalo de León destacou a sua humildade e liderança voltada para o serviço aos necessitados.
Os sentimentos de pesar continuaram com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que elogiou o amor de Mujica pelo seu povo, e o presidente paraguaio, Santiago Peña Nieto, que, apesar das suas diferenças ideológicas, valorizou a aspiração comum de uma América Latina unida.
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, recordou Mujica como um "homem humilde e incansável ativista social". Mesmo a oposição venezuelana reconheceu a sua liderança, sublinhando as diferenças políticas entre eles. A Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, exaltou Mujica como um "exemplo para toda a América Latina e para o mundo".
O presidente chileno, Gabriel Boric, refletiu sobre o legado de esperança deixado por Mujica, enquanto Luis Abinader, da República Dominicana, partilhou a honra de ter aprendido com a sua sabedoria. O presidente boliviano, Luis Arce, viu nele um "farol de esperança".
A ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández, lembrou Mujica como um "grande homem" e Alberto Fernández destacou-o como um exemplo de austeridade num mundo que muitas vezes promove a acumulação de riquezas.
José 'Pepe' Mujica, que foi carinhosamente denominado "o presidente mais pobre do mundo", enfrentou uma batalha contra o cancro no esófago, diagnosticado em maio de 2024. Recentemente, revelou que a doença se espalhou e que o seu corpo já não suportava o tratamento, declarando: "É só até aqui que vou".