O parlamento ucraniano validou um acordo significativo com os EUA, que promete impulsionar a economia nacional e facilitar nova ajuda militar em meio à invasão russa.
O parlamento da Ucrânia ratificou, nesta terça-feira, um acordo considerado "inédito" com os Estados Unidos, focado na exploração dos recursos naturais do país. O anúncio foi feito pela ministra da Economia, Ioulia Svyrydenko, que expressou a esperança de que este pacto leve à concessão de nova ajuda militar norte-americana para enfrentar a contínua invasão russa.
Este acordo, que abrange a extração de minerais, petróleo e gás, surge num contexto de luta que a Ucrânia enfrenta há mais de três anos. Embora o documento não inclua garantias de segurança para a Ucrânia, a sua ratificação é vista como um passo crucial para aumentar o apoio militar dos Estados Unidos.
O acordo foi assinado no final de abril repercutindo uma fase de negociações tensas entre Kyiv e Washington, que culminaram numa acalorada troca de palavras entre os Presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca, no mês de fevereiro.
Um ponto importante destacado por Svyrydenko é que a ajuda militar não será contabilizada como dívida, ao contrário do que inicialmente desejava Trump. "O reconhecimento de que se trata de investimentos na economia ucraniana é fundamental", afirmou a ministra.
Em contrapartida, a nova ajuda militar dos EUA será considerada uma contribuição para um fundo de investimento binacional, do qual a Ucrânia se compromete a fornecer 50% das receitas de novas concessões para a exploração de recursos naturais, incluindo 57 tipos de minerais raros.
Ioulia Svyrydenko garantiu que "o controle dos recursos naturais permanecerá, como estipulado na Constituição, nas mãos do povo ucraniano". Este fundo destinado à "reconstrução" da Ucrânia será cofinanciado e administrado igualmente por ambas as nações.
Contudo, o acordo não assegura as garantias de segurança que Kyiv desejava, conforme salientou a ministra. Uma proposta anterior, apresentada em março pelos EUA, foi considerada desfavorável e necessitou de revisões após intensas discussões.
Desde a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia tem contado com a cooperação militar e financeira dos aliados ocidentais, que também impuseram sanções ao sector económico da Rússia, buscando reduzir a sua capacidade de financiar a agressão em solo ucraniano.