Trump solicita ao Supremo o término da proteção a imigrantes de quatro países

A administração do Presidente Donald Trump apresentou, esta terça-feira, um recurso de emergência ao Supremo Tribunal norte-americano, pedindo a revogação da proteção legal de mais de 500.000 imigrantes oriundos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela.

O pedido visa suspender a ordem da juíza distrital Indira Talwani, que manteve a validade do estatuto de proteção temporária para estes imigrantes, evitando, assim, a sua deportação. A administração republicana sustenta que a decisão da juíza altera de forma imprópria as competências do Departamento de Segurança Interna.

"A decisão do tribunal distrital anulou uma das mais significativas políticas de imigração da Administração", declarou o procurador-geral John Sauer no seu requerimento ao Supremo.

A juíza Talwani, numa decisão de abril, aprovou a proteção legal dos imigrantes pouco antes de serem canceladas as suas autorizações, o que os deixaria vulneráveis à deportação. A administração Trump tenta reverter as medidas implementadas pela administração do Presidente Joe Biden, que possibilitaram novas rotas para residência legal, normalmente com autorizações de trabalho válidas por dois anos.

O Presidente Biden, por sua vez, utilizou condicionalidade humanitária mais do que qualquer outro líder anterior, ultima um poder especial que existe desde 1952, beneficiando um vasto grupo de imigrantes cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos.

A juíza Talwani, nomeada por Barack Obama, alertou que os imigrantes agora se encontram numa posição difícil, entre "deixar o país" ou permanecer e "arriscar tudo". Ela criticou a argumentação do governo, afirmando que se baseia numa interpretação errada da legislação vigente.

Durante a sua campanha, Trump comprometeu-se a deportar milhões de imigrantes que se encontram legalmente nos Estados Unidos.

Este caso representa mais um dos diversos recursos que a administração Trump tem apresentado ao Supremo, muitos deles focados na questão da imigração.