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Tribunal impede Trump de aplicar lei antiquada para deportar venezuelanos

há 11 horas

Um juiz do Texas bloqueou o uso da Lei dos Inimigos Estrangeiros por parte do governo dos EUA para expulsar venezuelanos detidos, reforçando os direitos dos imigrantes.

Tribunal impede Trump de aplicar lei antiquada para deportar venezuelanos

Na última quinta-feira, um juiz federal no Texas, Fernando Rodriguez, decidiu que o governo dos Estados Unidos não pode utilizar a Lei dos Inimigos Estrangeiros, datada do século XVIII, para efetuar a expulsão de um grupo de venezuelanos detidos em um centro de imigração.

Esta é a segunda vez que se toma uma decisão nesse sentido; em abril passado, o Supremo Tribunal já tinha impedido essas expulsões. A ação foi realizada em resposta a uma queixa coletiva apresentada por vários detidos. O juiz, nomeado por Donald Trump durante a sua presidência inicial, fundamentou a sua decisão referindo que a aplicação desta lei invocada pelo ex-presidente em março para deportar centenas de venezuelanos, os quais acusou de pertencentes à organização criminosa 'Tren de Aragua', ultrapassa o alcance permitido pelo estatuto e contradiz o significado claro das suas disposições.

Apesar deste bloqueio, a administração Trump mantém a possibilidade de realizar estas expulsões ao abrigo da Lei de Imigração e Nacionalidade. Entre os queixosos, destacam-se três venezuelanos detidos no centro de detenção de El Valle, em Raymondville, que negam quaisquer ligações a atividades criminosas e afirmam que a aplicação desta lei antiquada os priva de direitos consagrados na Constituição dos EUA.

Vale a pena recordar que, a 19 de abril, o Supremo Tribunal já tinha suspenso as expulsões de venezuelanos detidos, em resposta a recursos emergentes de uma organização que alegou que Trump tentava deportar ainda mais imigrantes para El Salvador.

Entretanto, o governo americano pediu ao Supremo Tribunal que revogasse o Estatuto de Proteção Temporária (TPS) que abriga cerca de 350 mil imigrantes venezuelanos, uma proteção que foi estabelecida pelo ex-presidente Joe Biden. Contudo, em fevereiro, a atual administração anunciou planos para cancelar este estatuto, um movimento que foi travado por outro juiz federal no final de março. A decisão de Biden garante que os venezuelanos possam continuar a obter proteção até outubro de 2026, permitindo-lhes trabalhar legalmente nos EUA e evitando deportações imediatas. Segundo os planos da administração Trump, esta proteção já não deveria estar em vigor para os cidadãos da Venezuela.

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