Economia

Trabalhadores da Nobre marcam 22.ª greve e recebem apoio da CGTP

A CGTP destacou a resistência dos trabalhadores da Nobre, em Rio Maior, que realizam a 22.ª greve, simbolizando a luta pela justiça salarial num cenário de exploração.

há 5 horas
Trabalhadores da Nobre marcam 22.ª greve e recebem apoio da CGTP

O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, participou hoje na concentração dos trabalhadores da Nobre Alimentação, situada em Rio Maior, no distrito de Santarém, onde se celebrou a 22.ª greve, um marco significativo desde o início deste ano. Esta ação de protesto surge em resposta à recusa da administração da empresa em dialogar sobre o caderno reivindicativo apresentado.

Durante a manifestação, que reuniu cerca de trinta colaboradores, Tiago Oliveira frisou a importância e a "valorização" da perseverança destes trabalhadores, que se tornaram um símbolo de firmeza e luta numa sociedade onde muitos enfrentam condições de vida precárias. "Neste país, onde cerca de 2,5 milhões de trabalhadores recebem menos de 1.000 euros por mês, é vital que continuemos a lutar pelos nossos direitos", afirmou.

Oliveira destacou ainda que "a exploração é uma realidade crescente", referindo-se ao milhão de pensionistas que vivem com menos de 510 euros mensais, resultado de uma vida de trabalho mal remunerado. Deste modo, incentivou os trabalhadores da Nobre a persistirem na sua luta pela dignidade e por melhores condições laborais.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB) e contou com uma adesão superior a 80%, conforme confirmado pela delegada sindical Inês Santos. Desde 2023, as paralisações têm ocorrido quase mensalmente, devido à falta de vontade da empresa em discutir o caderno reivindicativo.

Para 2025, os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros, assegurando que ninguém receba menos de 1.000 euros, a elevação do subsídio de alimentação para 8,5 euros diários, 25 dias de férias e uma folga no dia do aniversário. Em moção recentemente aprovada, pedem ainda a implementação do contrato coletivo do setor e a negociação de um acordo de empresa.

Atualmente, trabalhadores e sindicatos aguardam a marcação de uma reunião com a Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para tentarem chegar a um entendimento com a empresa, conforme disse Inês Santos.

A Nobre Alimentação reconheceu, em resposta enviada à Lusa, a paralisação em curso e reafirmou o seu compromisso em manter um diálogo constante com os colaboradores, procurando encontrar soluções que beneficiem ambas as partes.

Por fim, os trabalhadores já agendaram uma nova greve para o dia 14 de agosto.

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