Teresa Morais sublinha urgência de erradicar a violência doméstica e os perigos das redes sociais

Teresa Morais, vice-presidente da Assembleia da República pelo PSD, usou a sessão solene comemorativa dos 51 anos do 25 de Abril e dos 50 anos da Assembleia Constituinte para destacar que, embora a democracia se encontre consolidada, ela ainda é "imperfeita".

Em apontar para as desigualdades que persistem na sociedade portuguesa, a deputada referiu a necessidade de reforçar a inclusão das mulheres – especialmente no que toca à participação política, à decisão económica e à sua vulnerabilidade face à violência doméstica, que deve ser tratada com prioridade absoluta, conforme já planeado pelo Governo.

A ex-ministra prognosticou que a democracia pode e deve alcançar níveis elevados de igualdade, solidariedade e a concretização de uma erradicação da pobreza que afete grupos tão diversos como os mais velhos, as crianças e as pessoas com deficiência.

Teresa Morais também alertou para a emergência de novos perigos para os regimes democráticos, nomeadamente pelos efeitos das redes sociais, que segundo ela estão a moldar realidades alternativas e a manipular o pensamento e a vontade dos cidadãos.

Sem mencionar as eleições antecipadas, a deputada defendeu que numa democracia madura, onde impera a liberdade de expressão, não se deve permitir a divulgação e partilha impune de conteúdos que atentem contra direitos fundamentais, como a integridade física, a autodeterminação sexual ou a própria vida, sobrecarregando as vítimas com uma nova forma de agressão.

Em referência ao 25 de Abril, Teresa Morais recordou a sua experiência pessoal, enquanto adolescente, em que a Revolução significou o término de um período de conflito, sublinhando o valor da liberdade tanto individual como coletiva e o afastamento dos extremismos.

No encerramento do seu discurso, a vice-presidente apelou especialmente aos jovens a se envolverem civicamente, a enfrentarem os desafios do mundo real e a defenderem a solidariedade e a entreajuda em detrimento da exclusão. Segundo a oradora, é fundamental que cuidem sempre da democracia, ecoando o pedido do Papa Francisco para um envolvimento mais profundo na vida cívica.